Dados do Trabalho
Título
ESPLENECTOMIA POR HIPERESPLENISMO NA ESQUISTOSSOMOSE HEPATOESPLÊNICA
Resumo
Apresentação do caso: trata-se de MAR, feminino, 45 anos, encaminhada ao serviço de Cirurgia Geral pela Hematologia com queixa de dor e aumento do volume abdominal, e diagnóstico de Esquistossomose hepatoesplênica há 11 anos, hepatopatia crônica CHILD A, varizes esofagogástricas, sem sangramento prévio, e pancitopenia secundária a hiperesplenismo. Indicada esplenectomia total sem desconexão ázigo-portal, e iniciado pré-operatório.
Discussão: paciente realizou exames pré-operatórios, avaliação pré-anestésica e recebeu vacinas Pneumo23, MeningoC e HIB antes do procedimento. Ao exame físico, constatou-se abdome plano com baço palpável ao nível da cicatriz umbilical. Apresentava Hb 10.0; Leucócitos 1900; Plaquetas 25.000. TC abdome e pelve evidenciou sinais de hepatopatia crônica, esplenomegalia, com maior eixo de 29cm, hipertensão porta, e cistos renais e ovarianos. Após confirmadas reservas de hemocomponentes e CTI, a paciente foi submetida a esplenectomia por laparotomia subcostal bilateral, sob anestesia geral balanceada e bloqueio subcostal, e antibioticoprofilaxia, sem intercorrências durante o ato. Realizou-se ligadura perdida da artéria esplênica ao nível da transição corpocaudal do pâncreas, com posterior liberação dos ligamentos do baço e, por fim, ligadura da artéria e veia esplênicas no seu hilo. Após a primeira ligadura da artéria, a Hb aumentou para 10.3 e as plaquetas aumentaram para 82.000, e não houve necessidade de transfusão de hemocomponentes durante o procedimento. A paciente foi extubada na sala de cirurgia e encaminhada a enfermaria após recuperação da anestesia. Apresentou boa evolução pós-operatória, mantendo estabilidade hemodinâmica e respiratória, controle adequado da dor, anticoagulação e deambulação precoce, recebendo alta no terceiro dia pós-operatório com Hb de 9.5, provavelmente pela hemodiluição, Leucócitos de 14.840, e Plaquetas de 165.000.
Comentários finais: diante do caso apresentado, observa-se a importância de manter atualizados os conhecimentos a respeito da indicação da esplenectomia em contexto de esquistossomose, da anatomia, da indicação da via de abordagem, e da técnica e tática cirúrgicas.
Área
Cirurgia - Miscelânea
Autores
GUILHERME PASSOS DE FREITAS, JULIA VALADARES GONTIJO, RAFAEL RESENDE PEREIRA, LETICIA DE OLIVEIRA ZAMBELI, MONNA EMANUELLY CAMARGOS SIMOES, MARCELA GALLINARI DA COSTA TORRES, MARCELO LIMA PUPO NOGUEIRA, JULIA GALLO DE ALVARENGA MAFRA