XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS CLÍNICO- EPIDEMIOLÓGICOS E AVALIAÇÃO PROGNÓSTICA NA HEPATITE ALCOÓLICA: UMA EXPERIÊNCIA LOCAL

Resumo

INTRODUÇÃO: Alcoolismo é a principal causa de cirrose e 7ª causa de morte prematura no mundo. Hepatite Alcoólica (HA) é uma síndrome clínica com morbidade elevada em pacientes com etilismo crônico, podendo cursar com insuficiência hepática. Atualmente, o principal escore prognóstico é o Índice de Função Discriminante (IFD) que utiliza bilirrubina total e tempo de protrombina. Contudo, há críticas em relação a esse escore, pois não considera a creatinina, um importante marcador prognóstico na HA. O tratamento agudo da HA grave inclui corticoide, porém há limitações no seu uso. A abstinência alcoólica é o principal pilar terapêutico. OBJETIVOS: Avaliar dados epidemiológicos, clínicos e prognóstico de pacientes internados em hospital universitário de referência no estado do Espírito Santo com diagnóstico de HA grave no período de 01 ano. MÉTODOS: Trabalho retrospectivo, com coleta de dados de prontuário dos pacientes admitidos na enfermaria de gastroenterologia entre março de 2020 a fevereiro de 2021, com diagnóstico de HA, avaliando o perfil clínico-epidemiológico, IFD, MELD-Na, complicações (encefalopatia hepática, ascite, infecções), uso e resposta ao corticoide (Lille Score no 4º e 7º dia), tempo de internação, desfecho clinico em 6 meses. Pesquisa de artigos nas bases de dados do PubMed. Análise estatística realizada pelo pacote SPSS 22.0 e Excel. RESULTADOS: Foram identificados 39 casos com suspeita clínica de HA e após revisão de prontuário eletrônico, foram elegíveis 30, sendo 28 do sexo masculino, com média de idade 51,8 anos e 80% provenientes da Grande Vitória. 76,6% apresentavam HA grave, com média do IFD 53,4. A principal complicação clínica foi ascite, seguida por encefalopatia hepática. 10 casos fizeram uso de corticoide. A mortalidade em 30 dias ocorreu em 03 casos que também apresentaram Acute-on-chronic Liver Failure (ACLF) grau 3. Ao final de 6 meses, 14 pacientes mantinham seguimento ambulatorial, sendo que 13 permaneceram abstinentes em todo o período. 01 paciente evoluiu a óbito em 6 meses. DISCUSSÃO: Dados da literatura são coincidentes com o perfil epidemiológico encontrado no estudo. As complicações clínicas mais frequentes ocorreram em nossa amostra. CONCLUSÃO: Conhecer o perfil dos pacientes internados por HA em um hospital de referência permite reconhecimento precoce dos casos, melhor estimativa prognóstica e seguimento adequado dos mesmos

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Fernanda Costa Azevedo, Maria da Penha Zago Gomes, Paulo Vitor Sant'anna Cruz, Luciana Lofego Gonçalves