XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

EXPERIÊNCIA DE 12 ANOS COM PRÓTESES ESOFÁGICAS EM UM CENTRO ONCOLÓGICO

Resumo

INTRODUÇÃO

O câncer do esôfago é uma doença prevalente, sendo o 8º tumor mais frequente no mundo, entre homens e mulheres. Sabe-se que, no momento do diagnóstico, mais de 50% das lesões já encontram-se avançadas, com indicação de tratamento paliativo. Durante a evolução da doença, a disfagia é comumente encontrada e a inserção de stents esofágicos metálicos e autoexpansíveis, é o tratamento padrão ouro, afinal, permite um alívio imediato da disfagia e apresenta bons resultados a longo prazo.

OBJETIVO

Demonstrar a experiência de um centro de referência em oncologia com próteses esofágicas no tratamento paliativo de fístulas ou disfagia por estenoses malignas.

MÉTODO

Estudo retrospectivo de 12 anos, realizados entre início de 2009 e final de 2020, em um centro único de referência terciário (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - ICESP). Utilizando informações coletadas através de um banco de dados da instituição, o qual era composto por pacientes submetidos à passagem de próteses metálicas de esôfago para a paliação de estenoses, disfagia e/ ou fístulas malignas.

RESULTADOS
Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram totalizados 373 pacientes, destes, 80% eram homens, com média de idade em ambos os sexos de 61,3 anos. O tipo histológico mais prevalente foi o carcinoma espinocelular (79%) seguido do adenocarcinoma em 14,5%, localizados em terço superior (8%), médio (56%) e distal (37%). O sucesso técnico foi alcançado em 99,7%. Já o sucesso clínico, ou seja, a melhora de ao menos 1 ponto no score de disfagia Mellow-Pinkas avaliado antes e após colocação da prótese, foi observado em 87% dos pacientes. Complicações pós-procedimento ocorreram em 42,6 % dos pacientes sendo a formação de novas fístulas (9,4%), sepse de foco pulmonar (7,2%) e overgrowth (6,4%), as mais prevalentes. A taxa de sobrevida após 30 e 90 dias da colocação da prótese esofágica foi de 80,9% e 53,4%, respectivamente.

CONCLUSÃO:

A inserção de próteses esofágicas no tratamento paliativo é um procedimento eficaz, apresentando altas taxas de sucesso técnico e clínico. Apesar dos eventos adversos frequentes, estes são facilmente manejados com terapia endoscópica ou manejo clínico.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

JULIA MAYUMI GREGORIO, RAFAEL SUETA UTIMURA, BRUNO DA COSTA MARTINS, DEBORAH MARQUES CENTENO, PASTOR JOAQUÍN ORTIZ MENDIETA, ADRIANA VAZ SAFATLE RIBEIRO, CATERINA MARIA PIA SIMONI PENNACCHI, CARLA CRISTINA GUSMON DE OLIVEIRA, FÁBIO SHIGUEHISSA KAWAGUTI, GUSTAVO ANDRADE DE PAULO, LUCIANO LENZ, MARCELO SIMAS DE LIMA, RICARDO SATO UEMURA, RENATA NOBRE MOURA, SEBASTIAN NASCHOLD GEIGER, FAUZE MALUF FILHO