Dados do Trabalho

Título

EFICÁCIA DAS PRÓTESES BILIARES PLÁSTICAS NO TRATAMENTO DE PACIENTES SUBMETIDOS À COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRÓGRADA ENDOSCÓPICA (CPRE) POR ESTENOSES ANASTOMÓTICAS PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO, EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA.

Introdução

Introdução: Complicações da via biliar são causas comuns de morbimortalidade em pacientes submetidos a transplante hepático, ocorrendo com alta incidência. Destacam-se as fístulas e as estenoses biliares. A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) permite identificar e definir o tipo de complicação pós-operatória no trato biliar, sendo um método terapêutico eficaz em sua resolução. Objetivo: Analisar a eficácia das próteses biliares plásticas no tratamento endoscópico de estenoses anastomóticas pós-transplante de fígado, em pacientes submetidos à CPRE no ano de 2020, neste serviço. Método: Estudo retrospectivo de revisão de prontuários de pacientes submetidos à CPRE por estenose de anastomose pós-transplante hepático, entre janeiro e dezembro de 2020. Resultados: Foram realizadas 77 CPREs em 16 pacientes (10 homens e 6 mulheres), média de 4,8 exames por paciente. Neste grupo, todos foram submetidos à terapia com implante de próteses biliares plásticas. Em 12 pacientes (75%), foram realizadas dilatações da anastomose com balão hidrostático ou dilatadores de passagem, seguidas de colocação de próteses plásticas. Em 4 pacientes (25%), realizou-se o implante de próteses plásticas como monoterapia. Quinze pacientes foram submetidos à troca periódica de próteses com aumento gradual do calibre e/ou número de próteses. Realizou-se 52 trocas programadas, média de 3,25 por paciente. O tempo médio de permanência com a prótese biliar foi de 12 meses. A mediana do tempo de seguimento após a resolução da estenose foi de 24 meses. O êxito do uso de próteses biliares plásticas no manejo endoscópico foi definido pela melhora clínica, laboratorial e radiológica dos pacientes, permanecendo sem intercorrências após 18 meses da última CPRE. Houve sucesso em 12 pacientes (75%). Destes, 9 retiraram e 3 permaneceram com a prótese. Apenas 1 paciente apresentou necessidade de intervenção cirúrgica. Três pacientes perderam o seguimento. Conclusão: O uso de próteses biliares plásticas, com trocas periódicas no período de um ano, apresenta índices de sucesso satisfatórios. No presente estudo, a CPRE foi eficaz no tratamento de estenose biliar anastomótica pós-transplante hepático na maioria dos pacientes, evitando um procedimento mais invasivo, semelhante ao encontrado na literatura. Não houve complicações pelos procedimentos e os pacientes apresentaram evolução satisfatória. Intervenções cirúrgicas ficaram reservadas para pacientes com falha do tratamento endoscópico.

Área

Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada