XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ANEL DE SCHATZKI - RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO:
BCF, mulher, 64 anos, tabagista, hipotireoidea, com pirose, epigastralgia e plenitude pós prandial há 6 meses. Exame físico sem alterações. Endoscopia Digestiva Alta (EDA): hérnia hiatal por deslizamento, gastrite de antro erosiva plana leve, bulbite erosiva plana e membrana esofágica compatível com Anel de Schatzki. Biópsia: gastrite crônica, Helicobacter pylori negativo. Prescrito pantoprazol 40mg/dia com melhora.

DISCUSSÃO:
Os anéis esofágicos são estruturas finas de diafragma concêntrico de 2-5 mm, que se projetam para dentro do lúmen esofágico e estão localizados no esôfago distal. O Anel de Schatzki é o mais frequente, é um anel B da mucosa lisa e estreita com menos de 12,5 mm de diâmetro. Devido à sua localização na junção escamocolunar, é coberto com mucosa escamosa proximal e epitélio colunar distal. Prevalência 0,2-14% na população, sem predileção por sexo. A fisiopatologia não é totalmente esclarecida. A mais comum é que o anel é uma pequena restrição decorrente da doença do refluxo gastroesofágico(DRGE) que cria uma barreira protetora para evitar danos pelo refluxo crônico ao esôfago. Outras são a congênita e por uso de compridos. Pode ser assintomático. Os principais sintomas são a disfagia de condução intermitente progressiva e a pirose. Entalos são relacionados com ingesta de carnes. Além disso, regurgitação, halitose, emagrecimento, broncoaspiração e odinofagia podem estar presentes. O primeiro exame a ser solicitado é EDA para afastar outras causas de estenose. O esofagograma fornece informações sobre o anel, como a identificação do ponto de estenose, o diâmetro e o grau de obstrução. A manometria pode contribuir indicando alterações na motilidade esofágica. O tratamento é realizado de acordo com sintomas. A principal abordagem é por via endoscópica, com uma sonda termoplástica de grande calibre ou um balão pneumático, com o intuito de dilatar o esfíncter esofagiano superior, facilitando a passagem do alimento. O uso de inibidores de bomba de próton(IBP), para tratamento dos sintomas de DRGE também tem eficácia. Dessa forma, é possível tratar pacientes que ainda não apresentem queixas motoras somente com IBP

COMENTÁRIOS FINAIS:
Conclui-se que há uma forte associação entre Anel de Schatzki e DRGE. O diagnóstico ocorre pela presença de uma membrana compatível à EDA e o tratamento, faz-se essencial com suporte sintomático e uso de IBP, visto apresentar melhora importante, evitando assim, abordagens mais invasivas.

Área

Gastroenterologia - Esôfago

Autores

Bruna Araujo de Oliveira, Ana Beatriz Doufem Kato, Júlia Tostes Pimentel, Karina Araújo Martins da Costa, Maíra Ramalho Magalhães, Lara Lins Leonetti, Viviane Lozano Espasandin