Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico dos pacientes submetidos a gastrostomia endoscópica percutânea em Hospital terciário do município de Santo André/SP

Introdução

A gastrostomia é uma técnica segura e eficaz para suporte nutricional de pacientes com desnutrição ou impossibilidade de ser alimentados por via oral, com funções do sistema gastrointestinal normais, com sobrevida estimada superior a 2 meses e que requer nutrição enteral mais de 4 semanas. A principal indicação é por distúrbio nutricional associado a doenças cerebrovasculares e neoplasias do trato aéreo-digestivo superior. Neste procedimento, as complicações não são comuns.
OBJETIVO: avaliar o perfil epidemiológico, as indicações e complicações de pacientes submetidos a técnica de PEG em um hospital terciário.
METODOLOGIA: estudo analítico, transversal e retrospectivo através da análise de prontuários de pacientes atendidos em um Hospital referência na região metropolitana da cidade de Santo André/SP. Os dados foram coletados a partir de prontuários do serviço de Endoscopia do hospital, entre janeiro de 2020 e junho de 2022, e analisados estatisticamente. As variáveis avaliadas foram: idade do paciente, sexo, comorbidades, indicações e complicações do procedimento e, sobrevida.
RESULTADO: a amostra total foi composta por 140 pacientes, sendo 93 (66,42%) do sexo masculino e 47 (33,58%) feminino. A média de idade foi de 59 anos (+/-21,50). Cerca de 82% (N=114) dos pacientes apresentavam algum tipo de comorbidade, sendo a prevalência maior no sexo feminino. Aproximadamente 50% (N=70) dos pacientes tinham a indicação para PEG devido algum tipo de sequela neurológica, sendo esta variável mais prevalente no sexo feminino (63,82%, N=30). Já no sexo masculino, outras duas indicações foram observadas: tumores na parte superior do corpo e risco nutricional (23,65% e 12,90%, respectivamente). Foram relatadas algumas complicações em 8 pacientes (5,72%), tais como, PCR intraprocedimento, perda de sonda, Síndrome de Burred Bumper, sangramento, extravazamento de conteúdo, distensão e infecção. Cerca de 34,29% (N=48) dos pacientes foram a óbito nos primeiros 6 meses e 30,71% (N=43) tiveram uma sobrevida maior que 6 meses após a gastrostomia.
CONCLUSÃO: Embora a maioria das indicações para gastrostomia avaliadas no estudo foram por sequelas neurológicos, ainda se observa indicações controversas à literatura. Em relação as complicações, foram pouco observadas, pois a maioria dos prontuários não continham tal informação. Logo, é necessário a implementação de melhorias para o preenchimento adequado dos prontuários eletrônicos.