XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Abdome agudo obstrutivo pós-punção por ecoendoscopia: relato de caso

Resumo

Apresentação do Caso
Mulher, 45 anos, procurou atendimento médico relatando que, após ecoendoscopia e punção de nódulo pancreático, iniciou com astenia, náusea, vômitos e dor no abdome superior em queimação e aperto, além de referir parada de eliminação da flatus e fezes.
Procedeu-se a investigação com tomografia computadorizada total sem contraste que indicou expressiva distensão gástrica e da 1a porção duodenal, com transição na segunda porção duodenal junto à massa presente nesta topografia. Também realizou-se colangiopancreatorressonância magnética, que identificou lesão cística complexa e coleção hemática duodenal junto da cabeça do pâncreas.
Internada, foi realizada a passagem de sonda nasogástrica em sifonagem, antibioticoterapia e nutrição parenteral total. Em sequência, realizou-se a endoscopia digestiva alta que demonstrou obstrução duodenal por hematoma, quando foi posicionada sonda enteral para alimentação. Paciente evolui com melhora progressiva do quadro, sendo reiniciada dieta oral e admitida alta hospitalar após 16 dias para seguimento ambulatorial. A análise do material coletado na punção concluiu que a lesão pancreática tratava-se de um cistoadenoma seroso.

Discussão
A ecoendoscopia com biópsia por punção aspirativa por agulha fina é o exame padrão-ouro para a avaliação de lesões císticas ou sólidas pancreáticas. O procedimento é considerado seguro devido às baixas taxas de complicações (2%), as quais incluem perfuração, infecção e sangramento (mais comum, responsável por 0,8% dos procedimentos). Uma lesão na cabeça do pâncreas e ampola pancreática pode levar à formação de hematoma duodenal e posterior suboclusão intestinal aguda mecânica, ou seja, à um abdome agudo obstrutivo (AAO).
Assim, o tratamento do AAO consiste em descompressão gástrica e alimentação parenteral. Após alguns dias, a sonda nasogástrica pode ser periodicamente fechada para teste e estimulação do trânsito duodenal. Em seguida, a dieta deve ser gradualmente restabelecida. Na maioria dos casos, o hematoma se resolve em torno de duas semanas de tratamento.

Comentários Finais
No caso em questão, optou-se por acompanhamento multiprofissional juntamente à equipe cirúrgica. Sendo realizada colocação de sonda nasogástrica para descompressão com restrição à dieta e analgesia. Após a melhora do quadro clínico e alta hospitalar, o acompanhamento de forma ambulatorial e nutricional foi continuado.

Área

Endoscopia - Ecoendoscopia

Autores

Anna Sophia Schweitzer Hermes Rosa, Bernardo Mattos Luz, Eduardo Rosa da Silva, Gabriel Quartieri Piccoli, Giovanna Locks Silveira, Adnan Khatib, Ana Clara Machado Marinho, Ana Letícia de Oliveira Lima, Isabella Lye Watanabe, Mariana Frassetto Velho, Cristiano Denoni Freitas, Gabriel Corbetta Regis, Renata Da Silva Bolan, Marianges Zadrozny Gouvêa da Costa