XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Abordagem endoscópica da ingestão de corpo estranho em pacientes pediátricos

Introdução

Introdução: A ingestão de corpo estranho (CE) é comum na pediatria e afeta principalmente crianças entre seis meses e seis anos de idade. Embora, existam objetos cuja passagem é espontânea pelo trato gastrointestinal (TGI) e eliminação fecal, outros apresentam-se de modo contrário, permanecem impactados no trato digestivo e podem estar associados a complicações, necessitando de intervenção endoscópica para sua retirada. O tempo em que a endoscopia é realizada e as características do objeto ingerido, assim como a idade influenciam diretamente a ocorrência de complicações. Objetivo: Descrever os resultados da abordagem endoscópica e as complicações da ingestão de corpo estranho em pacientes pediátricos atendidos em um hospital geral. Método: Estudo retrospectivo, transversal, incluindo pacientes pediátricos submetidos a endoscopia digestiva alta para retirada de CE, entre dezembro de 2019 a abril de 2022. Foram coletados dados demográficos, queixa clínica, características dos objetos ingeridos, abordagem diagnóstica, conduta terapêutica e complicações. Os dados foram coletados e armazenados em fichas do banco de dados do REDCap para posterior realização de análises estatísticas. As análises descritivas foram realizadas no programa SPSS. Resultados: Foram incluídos 29 pacientes pediátricos no estudo, sendo 19 (65,5%) do sexo masculino e idade mediana de 5 anos (1-14), com 21 (72,4%) ≤ 6 anos de idade. Dentre os 29 pacientes, 21 (72,4%) apresentavam sintomas, sendo a dor o principal (52,4%), seguido pelos vômitos (28,6%) e sialorreia (19,0%). De acordo com o tipo de corpo estranho, a moeda foi o mais frequente (62,5%), seguido pela bateria (16,7%), outros (13%) e 1 objeto pontiagudo. A EDA foi realizada no tempo mediano de 5 horas (0,83-23,4), sendo a maioria antes de 6 horas da admissão hospitalar (62,1%). O corpo estranho foi identificado em 24 (82,8%) pacientes, 62,5% estavam localizados no esôfago e 37,5% no estômago. O corpo estranho foi retirado com sucesso em 100% dos casos, sendo utilizado a pinça de corpo estranho em 87,5%. Os achados endoscópicos foram normal em 58,6%, edema ou enantema leves em 13,8% e ulcera/laceração superficiais em 27,6%. Conclusão: A moeda foi o corpo estranho mais comum e o esôfago a localização mais frequente nos pacientes pediátricos. Seguindo as recomendações internacionais, a abordagem endoscópica de CE nos pacientes pediátricos, baseado no tipo e localização do CE, é eficiente e segura.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Filipe Franco Martins, Denise Peixoto Guimaraes, Gilberto Fava, Andrea Cylene Tamura, Stefano Baraldo Silva, Claudio Lyoiti Hashimoto, Elisa Ryoca Baba, Beatriz Teodoro Rangel, Vinicius Augusto Santos, Daniela Tiemi Oba, Kelly Menezio Giardina