XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Avaliação do impacto da cirurgia bariátrica no perfil metabólico de pacientes obesos

Resumo

Objetivo: Avaliar parâmetros metabólicos em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica utilizando dois scores preditores de doença hepática gordurosa não alcoólica. Método: Estudo transversal retrospectivo analisando prontuário de pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica, entre 2015 e 2018, em hospital universitário. Foram elegíveis pacientes acompanhados ambulatorialmente no pré-operatório, após seis meses e um ano do procedimento. Ingestão de álcool maior que 80g/semana, hepatite crônica B ou C, uso de drogas hepatotóxicas ou outras doenças hepáticas foram fatores de exclusão. Foi realizada análise estatística descritiva e comparativa das variáveis antropométricas, metabólicas e clínicas antes e após a cirurgia bariátrica. Foi adotado um nível de significância de p ≤ 0,05 em todas as análises. Resultados: Foram incluídos no estudo 55 pacientes, sendo maioria mulheres e a derivação gástrica em Y de Roux a técnica mais prevalente. Houve redução importante das comorbidades (hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia) no pós-operatório de um ano (47,2%, 68,4% e 47,7% respectivamente). A intervenção impactou no estado nutricional dos pacientes, a maioria alcançando IMC menor que 35 após um ano. A perda do excesso de peso alcançou valores superiores a 50% seis meses após a cirurgia, chegando a 70% após um ano. Observou-se melhora do perfil lipídico e glicêmico, mas não houve mudança relevante nas transaminases. Em relação ao score BARD, preditor de fibrose hepática, foi observado que a maioria dos pacientes apresentava alto risco de fibrose hepática (51,7%) no pré-operatório. Já no pós-operatório de seis meses, a maioria estava em baixo risco de fibrose hepática (72,4%), mas, um ano após a cirurgia o alto risco voltou a subir (48,3%). Não houve diferença estatisticamente significativa para o score BARD. No score HSI (Hepatic Steatosis Index), preditor de esteatose hepática, houve diferença estatisticamente significativa com redução progressiva ao passar do tempo pós-cirúrgico, porém esta redução não foi suficiente para causar repercussão diagnóstica. Conclusão: Este estudo demonstrou que a cirurgia bariátrica é eficaz no tratamento da obesidade por causar expressiva perda de peso, além de contribuir para remissão de comorbidades associadas e melhorar o perfil metabólico destes pacientes. Em relação aos scores de DHGNA se fazem necessários mais estudos sobre estes na cirurgia bariátrica ou ampliar o seguimento pós-operatório.

Área

Cirurgia - Obesidade

Autores

Júlia Martins Viera, Luisa Mueller Linhares, Saint Clair Vieira De Oliveira, Tiago Rafael Onzi, Cintia Zimmermann Meireles