XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tumor estromal gastrointestinal duodenal: relato de caso e importância da ecoendoscopia

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 75 anos, natural da cidade do Rio de Janeiro-RJ, aposentada, procurou auxílio médico devido à presença de epigastralgia de forte intensidade. Portadora de hipertensão arterial sistêmica em uso regular de perindopril e antecedente de cirurgia de adenoma de hipófise em 2018. Exame físico apresentando apenas dor leve à palpação profunda em epigástrio. Realizada endoscopia digestiva alta que evidenciou esofagite de refluxo grau A de Los Angeles, hérnia de hiato por deslizamento, hiato alargado, gastrite endoscópica erosiva leve de Antro e uma lesão com aspecto subepitelial na segunda porção duodenal medindo cerca de 1,5 cm em seu maior eixo. As biópsias do estômago evidenciaram uma gastrite crônica leve com Helicobacter pylori, que foi tratado com esquema tríplice de erradicação. Foi indicado a realização da ecoendoscopia que evidenciou uma lesão homogênea, hipoecóica, heterogênea, com bordos irregulares e pouco nítidos, apresentando na sua periferia diminutas imagens hiperecóicas com sombra acústica compatíveis com microcalcificações, originada na quarta camada ecogênica (muscular própria), medindo 1,0 x 1,0cm, distante 2,0 cm da Papila de Vater. Realizada punção ecoguiada da lesão com agulha de 22G - (fine needle aspiration - FNA). A citologia mostrou agregado de células fusiformes sem sinais de malignidade e o estudo imuno-histoquímico para CD117 foi positivo caracterizando o tumor estromal gastrointestinal (GIST). Realizada nova endoscopia digestiva alta cerca de 6 meses após o primeiro exame diagnóstico e não houve alteração endoscópica em relação ao exame anterior. Optou- se por manter acompanhamento clínico e endoscópico da paciente. DISCUSSÃO: O tumor estromal gastrointestinal (GIST) são neoplasias gastrointestinais raras, que se originam das células de Cajal e expressam a proteína c-kit. Sendo eles mais frequentes no estômago (40% a 70% dos casos), seguido do intestino delgado e duodeno (20% a 40 %), e são raros no esôfago e no cólon. As manifestações clínicas dependem da localização do tumor. Não há diferença entre o sexo e a idade média relatada é de aproximadamente 60-80 anos. COMENTÁRIOS FINAIS: A ecoendoscopia é o melhor exame para avaliação de lesões subepiteliais, como o tumor estromal gastrointestinal, podendo determinar tamanho, camada de origem, diagnóstico presuntivo, características ultrassonográficas malignas, realizar punção e orientar a conduta apropriada de acordo com cada caso.

Área

Endoscopia - Ecoendoscopia

Autores

Brian França dos Santos, Vilson de Lemos Junior, Juliana Ribeiro da Costa Lino, Cleber Queiroz Leite