XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Úlcera duodenal perfurada tratada com terapia endoscópica à vácuo, relato de caso.

Resumo

Apresentação do caso
Paciente de 41 anos, sexo feminino, com queixa de dor epigástrica e em hipocôndrio direito, além de náuseas, hiporexia e vômitos há 1 semana. Na admissão, a paciente possuía sinais vitais normais, abdome doloroso à palpação profunda de epigástrio, sem sinais de peritonite, com leucócitos e PCR elevados, demais exames sem alterações. Feita ultrassonografia de abdome com achado de colecistolitíase e tomografia computadorizada (TC) de abdome com linfonodomegalia e borramento próximo à 3ª porção do duodeno. Solicitada endoscopia digestiva alta (EDA), e observada úlcera na transição de 2ª para 3ª porção duodenal, com bordos eritematosos, edemaciados e centro com fibrina espessa, além de sinais de perfuração e drenagem de conteúdo purulento. Realizada limpeza com soro fisiológico 0,9%, aplicado curativo à vácuo endoscópico e mantido paciente em dieta zero. Após 3 dias do procedimento, paciente evoluiu com melhora total dos sintomas e das provas inflamatórias e foi realizada EDA de controle, que visualizou área de perfuração duodenal com melhora do aspecto em relação ao exame anterior, presença de tecido de granulação de permeio e diminuição do orifício. Assim, foi feita a retirada do curativo à vácuo e a passagem de sonda nasoenteral (SNE) após o sítio de perfuração. Paciente recebeu alta em 24 horas, com dieta enteral exclusiva por 14 dias e antibioticoterapia. Retornou ambulatorialmente assintomática. A TC de abdome de controle foi feita 07 dias após a alta hospitalar, com borramento em gordura mesentérica residual próximo ao duodeno. Em EDA após 14 dias, observada, na transição da 2ª para 3ª porção duodenal, área de convergência de pregas, e ausência de úlcera perfurada. Retirada SNE, com boa aceitação de dieta via oral após.
Discussão
A terapia endoscópica à vácuo (TEV) é uma alternativa eficaz para patologias como perfurações, úlceras e fístulas do trato gastrointestinal, com boa documentação na literatura médica. Possui eficácia acima de 70 % e com baixa morbidade e mortalidade associadas. A TEV tem ganhado cada vez mais espaço visto ser uma abordagem minimamente invasiva.
Essa consiste em um sistema de pressão negativa intraluminal ou endocavitário, que promove a cicatrização do defeito.
Comentários finais
A TEV é uma boa alternativa terapêutica para o manejo de úlceras gástricas e outras patologias gastrointestinais. Nessa relato demonstramos um caso bem sucedido de úlcera duodenal perfurada tratada com TEV e com desfecho favorável.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Vanessa Costa Muniz, Leticia Vieira Guerrer, Lais Yumi Takaoka, Sergio Luis Aparecido Brienze, Gabriela Gouvea Silva