Dados do Trabalho
Título
Correlação de sintomas esofágicos com achados endoscópicos e histológicos na esofagite eosinofilia em hospital universitário referência de São Paulo
Introdução
Introdução: A esofagite eosinofílica é uma desordem crônica imunomediada com disfunção do órgão e infiltrado eosinofílico, mais comum em homens entre 30 e 50 anos. Os sintomas são disfagia, impactação alimentar, azia, regurgitação e dor torácica. O diagnóstico é baseado na presença de 15 eosinófilos por campo de grande aumento em uma biópsia de mucosa esofágica; sintomas esofágicos; ausência de resposta com terapia com inibidor de bomba de prótons e exclusão de doença eosinofílica. Na Dinamarca, um consenso para realização de quatro biópsias a 4 e a 14 centímetros da transição esofagogástrica resultou no aumento da incidência de esofagite eosinofílica. Objetivos: Determinação e padronização dos sítios com maior possibilidade de diagnóstico de esofagite eosinofílica utilizando o protocolo dinamarquês de biópsias de mucosa esofágica via endoscópica a fim de correlacionar sintomas de disfagia, dispepsia, refluxo e/ou tosse com o diagnóstico histopatológico. Métodos: Os pacientes foram entrevistados pelos questionários do formulário Google, depois submetidos à endoscopia digestiva alta de rotina no período de janeiro a julho de 2022, sendo realizadas quatro biópsias a 4 e 14 centímetros da transição esofagogástrica, com intuito de comparar a resposta eosinofílica nos segmentos biopsiados. Resultados: Do total de 14 pacientes entre 33 e 71 anos, 64.3% apresentam sintomas, 100% dos pacientes não tem confirmação histológica prévia, 21.4% apresentam doenças alérgicas (bronquite e alimentar), 64.3% dos casos nega o uso de medicamentos. No exame endoscópico, as alterações apresentaram 35.7% no esôfago, 78.6% no estômago e 14.3% no duodeno. A presença de eosinofilia por campo de grande aumento foi observada em 14.3% dos casos, os 5 pacientes que apresentaram alterações no exame endoscópico de esôfago, 40% têm esofagite eosinofilia. Os 9 casos sintomáticos, 22.2% apresentaram esofagite eosinofilia e os 05 pacientes assintomáticos apresentaram ausência de eosinofilia, os 03 pacientes alérgicos, 66.7% apresentaram esofagite eosinofilia e essa associação se mostrou estatisticamente significativa (p<0,001). Conclusão: O protocolo de biópsias mostrou-se eficaz para diagnóstico de esofagite eosinofílica. Os pacientes com antecedentes alérgicos que apresentaram algum tipo de sintoma, também apresentaram alterações ao exame endoscópico e anatomopatológico.
Área
Endoscopia - Endoscopia digestiva alta
Autores
Safi Salah El Khatib, Anna Fernanda Domene, Natan Kenji Watanabe, Osvaldo Massatoshi Araki