XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Diagnóstico de câncer de reto por estadiamento no Brasil de 2013 a 2021

Resumo

Introdução:
O câncer de reto pode ser estadiado em 0 (tumor in situ), I e II (tumor com extensão local em diferentes níveis), III (acometimento linfonodal) ou IV (metástases à distância). Em estágios mais avançados, há um maior potencial de morbidade e mortalidade, pelo risco de comprometimento esfincteriano ou de recidiva. No entanto, é possível diagnosticar esse tipo de câncer precocemente ou até mesmo em estágio de lesões precursoras. Por isso, no Brasil, o rastreio do câncer colorretal é preconizado pelo Ministério da Saúde.
Objetivo:
Avaliar a evolução temporal da proporção de diagnósticos de câncer de reto em cada estágio em relação ao total de diagnósticos do mesmo câncer no Brasil.
Método:
Trata-se de um estudo ecológico de tendência temporal das porcentagens de diagnóstico de câncer de reto estágios 0, I, II, III e IV em relação ao total de diagnósticos de câncer de reto no Brasil entre 2013 e 2021 utilizando dados do Painel Oncologia do Instituto Nacional de Câncer (INCA), excluindo-se os casos com estadiamento classificado como “não se aplica” e “ignorado”. A unidade de análise foi o Brasil como um todo. Para analisar as tendências foi utilizado o software Joinpoint Regression, com significância de 5%.
Resultados:
No período estudado, foram diagnosticados 71.023 casos de câncer de reto, dos quais 9.618 tiveram o estadiamento ignorado e 6.858 tiveram o estadiamento classificado como “não se aplica”, resultando em 54.549 casos com estadiamento registrado, dos quais 2.410 (4,42%) eram estágio 0, 2.353 (4,31%) eram estágio I, 12.902 (23,65%) eram estágio II, 23.463 (43,01%) eram estágio III e 13.421 (24,60%) eram estágio IV. Foi observada uma discreta tendência de queda no estágio 0, com um Annual Percentage Change (APC) de -0,20 (p<0,05), uma discreta tendência de alta no estágio I (APC=+0,05; p>0,05), uma tendência de queda no estágio II (APC=-0,96; p<0,05), uma tendência de alta nos estágio III (APC=+0,83; p<0,05) e IV (APC=+0,28; p<0,05).
Conclusão:
Foram observadas tendências de alta, estatisticamente significativas, na proporção de diagnósticos de câncer de reto em estágios III e IV em relação ao total de diagnósticos estadiados no período analisado. Esses dados podem estar relacionados a um rastreio inadequado, consequentemente, gerando diagnósticos mais tardios, em fases de pior prognóstico.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

Emerson Kennedy Ribeiro de Andrade Filho, Natália Querioz de Barros, Matheus Felipe Muniz da Silva, Isadora de Albuquerque Falcão Feitosa, Gabriel Melo Caldas Nogueira