XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Obstrução intestinal por caso raro de diafragma duodenal em adulto

Resumo

Apresentação caso

Paciente mulher de 34 anos procura atendimento referindo quadro de fraqueza, disfagia progressiva e vômitos recorrentes a cerca de 2 meses. Vomitando todo alimento que ingere (inclusive líquidos). Epigastralgia pós-prandial que apenas aliviava com vômitos.

Referiu presença de escoliose há 2 anos e quadro de ansiedade. Em uso de Venlafaxina. Cirurgia prévia cesárea há 10 anos. Alérgica a plasil e amoxicilina.

Realizou tomografia de abdome e pelve com distensão gástrica com resíduos. Endoscopia digestiva presença de estenose impedindo passagem de aparelho em segunda porção duodenal. Biopsia com duodenite crônica inespecífica.

Realizado Gastrojejunoanastomose

Alta com dieta normal com boa aceitação, evacuando e sem demais queixas

Paciente procurou novamente atendimento em serviço 6 meses após procedimento com quadro de êmese há 20 dias e frequência de 15 vômitos diários. Aceitação alimentar baixa desde procedimento

Laboratório HB 13,7 LEUC 9940 PLQ 569000 UR 54 CR 1,32 ALBUMINA 5 LACTATO 2,9
EDA com gastroenteroanastomose pérvia e duodeno com presença de estenose na transição para segunda porção duodenal. Biópsia com mucosa duodenal exibindo pequena área de displasia de baixo grau.
Tomografia sem presença de alterações e Ressonância magnética com redução luminal na região de transição gastroduodenal associado a distensão residual duodenal e gástrica a montante.

Realizado laparotomia exploradora e constatado lesão duodenal em diafragma, bloqueando segunda porção duodenal. Realizado duodenoplastia.

Alta hospitalar cinco dias após procedimento com boa aceitação dieta branda. Ausência de náusea, vômitos e dor abdominal.

Discussão:

Paciente apresentou quadro de obstrução total de duodeno devido à membrana duodenal. Patologia rara acometendo 1:40000 nascimentos sendo na maioria crianças e bebês, com casos isolados em adultos. De etologia congênita ou adquirida. Congênita devido falta de revacuolização no estágio do cordão sólido do crescimento intestinal. Adquirida geralmente após uso crônico de AINES, acompanhado de anemia e vômitos, este compatível com caso de paciente.
Principal tratamento sendo ressecção diafragma duodenal com posterior duodenoplastia.

Comentários finais:

Quadro raro de obstrução intestinal
Difícil diagnóstico mesmo com Endoscopia e exames de imagem, sendo diagnóstico definitivo transoperatória.

Área

Cirurgia - Intestinos

Autores

Joao Victor Roman Lindroth, Willy José Macedo netto , Orli Franzon