Dados do Trabalho
Título
1.200.000 colecistectomias no Brasil: laparoscópica versus aberta
Resumo
Introdução
A colecistectomia é a cirurgia que melhor representa a transição do acesso preferencial de aberto para laparoscópico. Pela alta demanda devido à incidência de colelitíase, a cirurgia abdominal minimamente invasiva avançou em grande parte devido à colecistectomia. Os benefícios da via laparoscópica já foram consolidados pelo grande número de procedimentos realizados e englobam questões econômicas, sociais e estéticas. Portanto, desde 1992 a colecistectomia laparoscópica é o padrão ouro no tratamento da colelitiase.
Nos Estados Unidos, 700 mil colecistectomias são realizadas por ano, em sua grande parte por via laparoscópica. No Brasil, ainda observa-se grande proporção de procedimentos realizados por via convencional, porém não há registro publicado sobre os números de cirurgias que demonstrem essa relação entre as vias de acesso, assim como custos, duração de internação e mortalidade.
Objetivos
O objetivo do presente estudo é comparar a colecistectomia laparoscópica com a convencional no Brasil entre 2008 e 2021 quanto à:
1. Número de procedimentos realizados;
2. Custos de internação;
3. Taxa de mortalidade.
Métodos
Foi realizada busca no Sistema de Informações Hospitalares do SUS – SIH/SUS no mês de agosto de 2022. Os procedimentos eletivos selecionados foram colecistectomia (04.07.03.002-6) e colecistectomia videolaparoscópica (04.07.03.003-4) para pacientes com colelitíase (CID K80).
Resultados
Entre 2008 e 2021, 1.280.707 colecistectomias eletivas por colelitíase foram realizadas no Brasil, sendo 63% por via aberta. 83% dos pacientes eram do sexo feminino e a média de idade foi de 46,2 anos. A média de internação demonstra queda ao longo dos anos nas duas vias de acesso. Em 2008, era de 2,3 dias e 1,9 dias para via aberta e laparoscópica, respectivamente; em 2021, 2 dias e 1,8 dias. A taxa de óbito manteve-se estável no período avaliado, com média de 0,12% na via aberta e 0,06% na laparoscópica.
O valor total gasto com colecistectomias eletivas no período avaliado foi de R$ 1.045.425.468,37. O custo médio por paciente da via laparoscópica (R$ 844,53) é 6% maior em relação à via aberta.
Conclusão
1. A colecistectomia aberta é via de acesso predominante no Brasil;
2. O custo médio de internação é 6% maior na via laparoscópica;
3. A taxa de mortalidade é 3,3 vezes maior em pacientes submetidos à colecistectomia aberta.
Área
Cirurgia - Fígado
Autores
Fernanda Barma Leitke, Luana Perrone Camilo, Nelson Wolosker, Francisco Tustumi, Daniel José Szor