XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Projeto: Análise de variáveis e estratificação do risco de complicações pós-CPRE

Introdução

A colangioprancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE) é um procedimento combinado, endoscópico e radioscópico, que atualmente, tem sua principal função baseado na realização de procedimentos terapêuticos, sejam eles por comprometimentos benignos ou malignaos da via biliar. O uso diagnostico de CPRE foi substituído com advento de novos métodos de imagem (ultrassonografia, ecoendoscopia, ressonância magnética), sendo, algumas raras exceções: colangite esclerosante primaria (CEP), pâncreas divisum e pesquisa de disfunção do esfíncter de Oddi.
Como todo exame invasivo, a CPRE também cursa com algumas complicações, que estão presentes em cerca de 10% dos pacientes, podendo aumentar caso o procedimento seja terapêutico ². As principais complicações relacionadas à CPRE são: pancreatite, sangramento, perfuração e colangite.
A pancreatite aguda pós-CPRE é a complicação mais comum e a incidência varia entre 3 a 15% dos casos, sendo que 5% desses pacientes podem desenvolver a forma grave da doença 3, 4, com taxa de mortalidade variando entre 0,1 - 0,7%.
A principal complicação pós-CPRE, a pancreatite aguda, pode estar relacionada a alguns fatores de risco que envolvem o paciente e o procedimento. Esses mesmos fatores de risco também foram estratificados por Hsiang-Yao Shih, 2018, e Morales, 2018. Os fatores relacionados ao paciente são: sexo feminino, jovens (< 55anos), história pregressa de pancreatite aguda, níveis normais de bilirrubina, via biliar fina e suspeita de disfunção do esfíncter de Oddi. Já os fatores de risco relacionados ao procedimento são: canulação difícil, pré-corte, canulação do ducto pancreático, injeção de contraste no ducto pancreático e dilatação da papila duodenal com balão 2, 5, 6, 7.
Entre outras complicações referente ao método, estão a perfuração na passagem do aparelho, na papilotomia / infundibulotomia ou mesmo durante a manipulação. Quanto ao sangramento, geralmente é mais visto durante esfincterotomia, podendo ocorrer ate 7 dias após o procedimento. E já a colangite associa-se muito a drenagem insatisfatória da via biliar (obstrução hilar, colangite esclerosante primaria e a realização de colangiografia).
Diante disso, analisaremos neste estudo algumas variáveis em relação ao paciente, o procedimento e a estratificação do risco das complicações pós-CPRE em pacientes com a via biliar doente, realizados nos últimos 2 anos no hospital a beneficência Portuguesa de Sao Paulo.

Área

Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada

Autores

Érico Pessoa Canal, Thiago Correia da Silva Ganança, Marina B. Carratú Magnani, Aldemar da Silva Costa Neto