Dados do Trabalho
Título
TERAPIA ENDOSCÓPICA A VÁCUO PARA CORREÇÃO DE FÍSTULA DE ANASTOMOSE COLORRETAL
Resumo
Fístulas das anastomoses colorretais que evoluem com formação de coleção, mesmo quando derivadas por estomias de proteção, podem demandar reoperações e, por vezes, a anastomose precisa ser desfeita para drenagem adequada.
Trazemos aqui um caso de aplicação bem sucedida de terapia endoscópica a vácuo, pelo método TT-EVT (tube-in-tube endoscopic vacuum therapy) para tratamento de fistula de anasomose colorretal.
Caso clínico:
Masculino, 54 anos, hipertenso, submetido a sigmoidectomia, com anastomose colorretal primária, por diverticulite. Evoluiu com estenose da anastomose refratária a dilatação endoscópica, internou após 3 meses por abdome agudo obstrutivo.
Diagnosticada isquemia segmentar do cólon abaixado. Foi reoperado com ressecção do segmento isquêmico e nova anastomose colorretal, dessa vez com ileostomia em alça.
No 2° PO evoluiu com fístula da anastomose colorretal, e grande coleção hidroaérea na fossa ilíaca esquerda. Realizada drenagem orientada por tomografia com dreno Pig-tail, e saída de 100mL de conteúdo fecaloide. Mas não houve redução significativa da coleção e os parâmetros infecciosos pioraram.
No 6° PO foi solicitada colonoscopia terapêutica. Realizada limpeza da cavidade, retirado dreno Pig-tail e instalado curativo a vácuo com duplo tubo (TT-EVT), em posição intracavitária, por acesso transparietal. O novo dreno passou a ser utilizado para irrigação diária da cavidade.
No 13° PO, após melhora clínica e laboratorial significativas, foi realizada nova tomografia que demonstrou regressão quase completa da coleção.
No 27° PO foi realizada nova colonoscopia com fechamento do óstio interno da fístula com clipe de espessura total, tipo Padlock. A bomba de vácuo foi desligada, e o dreno externo foi trocado por um dreno externo tipo penrose. Recebeu alta hospitalar no dia seguinte.
No 70° PO a ileostomia em alça foi fechada e o paciente passa bem.
A terapia endoscópica a vácuo (EVT) tem sido utilizada pela via transanal. É método trabalhoso, que exige múltiplas trocas do curativo pela saturação das esponjas, incômodo pela uso da via transanal, de acesso limitado e caro.
Em 2017 foi descrito o método TT-EVT. Utilizando materiais baratos e amplamente acessíveis, pode ser passado pela via transparietal, não necessita de trocas, além de permitir a irrigação da ferida pelo mesmo sistema, o que ajuda a controlar o quadro infeccioso e tem o potencial de reduzir o tempo de terapia.
Área
Endoscopia - Colonoscopia
Autores
LUCAS ZOUAIN FIGUEIREDO, MARCELO SIMAS DE LIMA, CARLOS KIYOSHI FURUYA JUNIOR, BRUNO COSTA MARTINS, LUCAS GIOVINAZZO CASTANHO BARROS, FAUZE MALUF FILHO, ANNITA CAVALCANTE FARIAS LEONCIO, RAPHAEL AUGUSTO SAAB DE ALMEIDA BARROS