XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Avaliação de pólipos colorretais: macroscopia versus resultado histopatológico em colonoscopias realizadas em um centro de treinamento em um Hospital público terciário do Distrito Federal.

Introdução

Pólipos colorretais são pequenas protusões da mucosa de cólon e reto. Têm em sua maioria poder de malignização insignificante (pólipos hiperplásicos) ou baixo (adenomas tubulares com displasia de baixo grau). Fatores de risco para malignização são idade superior a 50 anos, sobrepeso, sedentarismo, uso de álcool e tabaco, doenças inflamatórias intestinais, história pessoal de câncer ou familiar de câncer colorretal (incluindo síndromes hereditárias) e dieta rica em carnes vermelhas e processadas.
Dos cânceres colorretais, cerca de 75% surgem da via de formação adenoma-carcinoma. Sua detecção precoce e retirada interrompe a progressão da doença.
Retossigmoidoscopia e colonoscopia, indicados acima de 50 anos (OMS) e particularizada em grupos de risco específicos, podem ser realizados como primeiro exame de rastreamento. Os pólipos colorretais usualmente são removidos com polipectomia no próprio procedimento em que são encontrados. A ressecção completa e com menos complicações é o objetivo do procedimento.
Ainda sugere-se avaliação de características macroscópicas e histológicas, classificando-se o paciente em alto ou baixo risco para neoplasia e programa-se a periodicidade de seu seguimento.
Tecnologias como microscopia a laser confocal e endocitoscopia foram criadas com o objetivo de permitir a determinação em tempo real da histologia de pólipos colorretais, porém são limitados pelo custo, elevado tempo de exame e curva de aprendizado, sendo pouco disponíveis. Sistemas como o I-Scan (Pentax), Fice (Fujinon) e NBI (Olympus) sem magnificação são de uso mais simples e rápido e respondem satisfatoriamente ao objetivo de diferenciação entre pólipos adenomatosos e hiperplásicos.
Endoscopicamente o adenoma apresenta coloração marrom em relação à mucosa circundante, vasos curtos e espessos ao redor das depressões e depressões tubulares (estruturas brancas). Já o pólipo hiperplásico tem aparência regular e pontos pretos cercados de branco.
Um estudo avaliou 451 pólipos de 136 pacientes submetidos a colonoscopia por um mesmo examinador sob luz branca e cromoscopia virtual com acerto de 90% para predição de pólipos adenomatosos e hiperplásicos, precisão semelhante ao dos patologistas.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, vislumbra-se a abordagem dos pólipos sem avaliação histopatológica. A vantagem é a ressecção dos pólipos de características endoscópicas sugestivas de adenomas, o que pode reduzir os custos e riscos de polipectomia e os custos da avaliação patológica.

Área

Endoscopia - Colonoscopia

Autores

ANA PAULA DA SILVA PEREIRA LOPO, JULIANA MENESES