Dados do Trabalho

Título

EFICÁCIA DO TRATAMENTO ENDOSCÓPICO COM USO DE MÚLTIPLAS PRÓTESES PLÁSTICAS E PRÓTESE METÁLICA AUTOEXPANSÍVEL RECOBERTA NO TRATAMENTO DA ESTENOSE BILIAR ANASTOMÓTICA PÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO ORTOTÓPICO: EXPERIÊNCIA DE 10 ANOS

Resumo

Introdução: Estenose biliar pós anastomose é uma complicação que ocorre em cerca de 15 a 20% dos pacientes submetidos a transplante hepático ortotópico de doador falecido. A endoscopia é o tratamento de primeira linha para estenose ducto-ducto e envolve a dilatação com balão, colocação de múltiplas próteses plásticas (MPP) em repetidos procedimentos e mais recentemente colocação de prótese metálica autoexpansível totalmente recoberta (PMAE). Objetivo: avaliar a eficácia da terapia endoscópica na estenose biliar pós transplante hepático. Método: Coorte retrospectivo. Foram incluídos e analisados os pacientes com diagnóstico de estenose biliar ducto-ducto pós transplante hepático (doador falecido), tratados e acompanhados entre 2012 e 2022 de um Hospital privado terciário de São Paulo, com volume de transplantes hepáticos que variou entre 100 a 150 por ano neste período. Para análise, os pacientes foram estratificados em 3 grupos conforme o tipo de tratamento endoscópico que receberam: Grupo MPP, Grupo PMAE e Grupo Híbrido (receberam os dois tipos de tratamento por falha de um deles e/ou opção do endoscopista). Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Um total de 188 pacientes com estenose biliar foram identificados, sendo 22 excluídos da análise (óbito não relacionado ao tratamento endoscópico antes da conclusão da análise, perda de seguimento, tratamento por radio intervenção). Entre os 166 pacientes incluídos para análise no seguimento, a média de idade foi de 58 anos (variou de 19 a 84), sendo 123/166 (74%) homens, sendo realizadas 626 procedimentos de CPRE (media de 3,8/paciente). Resolução completa da estenose biliar ocorreu em 150/166 (90%). Grupo MPP, N: 22, resolução em 19/22 (86%). Grupo PMAE, N: 84, resolução em 83/84 (99%). Grupo Híbrido, N: 60, resolução em 48/60 (80%). Falha de tratamento ocorreu em 16/166 (10%), a maioria no Grupo Híbrido, 12/16 (75%). O seguimento clínico dos pacientes após a resolução da estenose biliar foi de 3,2 anos em média. Recorrência da estenose biliar ocorreu em 24/150 (16%) dos pacientes, cerca de 688 dias em média após a resolução da estenose e ocorreu nos grupos MPP 1/24 (4%), PMAE 10/24 (42%), Híbrido 13/24 (54%). Foram 27/166 óbitos no decorrer do estudo, nenhum relacionada com a CPRE e/ou terapia endoscópica. Conclusão: A terapia endoscópica com múltiplas próteses plásticas e/ou prótese metálica autoexpansível recoberta é eficaz com elevada taxa de resolução e reduzida taxa de recorrência.

Área

Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada