XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Linfadenectomia mediastinal na esofagectomia oncológica videotoracoscópica em posição prona passo a passo

Resumo

Relatamos em vídeo a sistematização do tempo torácico que empregamos na linfadenectomia mediastinal para tratamento de câncer de esôfago. Trata-se de paciente masculino de 54 anos, portador de adenocarcinoma de esôfago distal, submetido previamente a neoadjuvância com quimio e radioterapia aos moldes do protocolo CROSS. Após 6 semanas, procedemos com a esofagectomia videotoracoscópoica a Mckewon.
A técnica que utilizamos é com o paciente em posição prona, entubação seletiva e pneumotórax calibrado em 8mm Hg. Iniciamos por inventário da cavidade torácica. Essa posição proporciona ampla exposição do mediastino posterior, onde o esôfago está situado. Começa-se a dissecção pelo mediastino inferior, infra-carinal, abrindo a pleura mediastinal anterior. Continuamos a disseccao seccionando o ligamento pulmonar, e seguimos caudalmente até o hiato diafragmático. Procedemos com remoção dos linfonodos peri esofágicos, utilizando o pericárdio como limite anterior, estabelecendo uma ampla janela, até a pleura mediastinal esquerda. Somente após completa dissecção anterior partimos para dissecção da veia ázigos e a dissecção aorto esofágica. Realizamos abertura da pleura junto da aorta, mobilizando o esôfago em relação à mesma, selando os pequenos vasos arteriais com pinça de energia, e fazendo a linfadenectomia dos linfonodos periáorticos. Sistematicamente ligamos o ducto torácico na sua emergencia no mediastino inferior. Após completar a linfadenectomia infra-carinal e realizar a mobilização circunferencial do esôfago, partimos para a linfadenectomia supra-carinal. Dissecamos e secionamos a veia ázigos com endogrampeador e carga vascular. Dissecamos os linfonodos para-traqueais superiores (cadeia 2) e inferiores (cadeia 4). Prosseguimos com a dissecção peribrônquica, subaórtica e da janela aorto-pulmonar. No caso em questão, realizamos a dissecção dos linfonodos infra-carinais (cadeia 7) em separado. Ao final, mostramos o aspecto final do mediastino dissecado e da peça cirúrgica.
Procedemos com o tempo abdominal e esofagogastroplastia com anastomose cervical termino lateral mecânica (não mostrado).
O anátomo patológico revelou um adenocarcinoma bem diferenciado residual, com nenhum dos 23 linfondos dissecados comprometidos, sendo destes 7 da cadeia infra carinal. Estadio ypT1aN0.
O paciente apresentou ótima evolução, extubado em sala, começou dieta enteral no PO2, dieta oral no PO 5 e alta hospitalar no PO 9, sem fístula e sem disfonia

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

Eduardo Zanella Cordeiro, Rodrigo EDUARDO Baretta, Hellen Dias Batista