Dados do Trabalho

Título

METÁSTASES DE MELANOMA CUTÂNEO MALIGNO EM VESÍCULA BILIAR, ADRENAL E LINFONODOS PERICELÍACOS: UM RELATO DE CASO

Resumo

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 69 anos, apresentando quadro de perda ponderal e massa palpável em região abdominal estendendo-se de epigástrio até fossa ilíaca direita, com dor de difícil controle, além de múltiplas lesões cutâneas enegrecidas em dorso. A tomografia computadorizada de tórax e abdome evidenciou processo expansivo em vesícula biliar, promovendo dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas, tumoração em adrenal esquerda, lesões císticas hepáticas de natureza incerta, e múltiplos nódulos pulmonares de aspecto secundário. Com o objetivo de diagnóstico histológico e controle dos sintomas, a paciente foi submetida a laparotomia exploradora com achados de lesão enegrecida em vesícula biliar, primeira porção do duodeno, topografia de adrenal esquerda e linfonodos em tronco celíaco. Realizado colecistectomia e biópsias das lesões, além de ressecção de lesão enegrecida em dorso. Dessa forma, laudo histopatológico sugestivo melanoma cutâneo em lesão dorsal e de metástase de melanoma em vesícula, linfonodo de tronco celíaco e massa de adrenal esquerda. Discussão: Nesse contexto, dados de autopsia revelam que metástases para o trato gastrointestinal ocorrem em aproximadamente 50% dos casos. O envolvimento da vesícula biliar é infrequente, apresentando taxas de prevalência entre 4% e 20% dos acometimentos gastrointestinais. As metástases do melanoma cutâneo para a vesícula biliar e adrenal são incomuns e geralmente são assintomáticas. Metástases à distância geralmente acometem pele, pulmões, fígado e cérebro. A terapia basicamente consiste em paliação dos sintomas, minimização de complicações e melhora na sobrevida. A colecistectomia pode ser indicada em casos isolados, para controle álgico e a fim de atingir maior sobrevida. Considerações finais: Portanto, a paciente em questão foi submetida a laparotomia com intuito de controle álgico e para documentar as massas abdominais. No desenvolvimento de sinais e sintomas de colecistite aguda, em um paciente com história de melanoma maligno deve-se aventar a possibilidade de doença metastática em vesícula biliar, mesmo sendo esta situação pouco frequente em nosso meio. O papel do tratamento cirúrgico do melanoma metastático da vesícula biliar ainda é incerto devido à falta de experiência no tema. O caso se mostra relevante devido a poucos relatos na literatura.