Dados do Trabalho
Título
PRÓTESE METÁLICA AUTOEXPANSÍVEL COM SISTEMA ANTI-MIGRAÇÃO PARA TRATAMENTO DE ESTENOSE BILIAR ANASTOMÓTICA PÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: UMA SÉRIE DE CASOS
Resumo
Introdução: Terapia com múltiplas próteses plásticas é tratamento endoscópico padrão para estenose biliar anastomótica pós-transplante hepático (pós tx hepático), mas exige procedimentos repetidos. Estudos recentes com prótese metálica autoexpansível (PMAE) totalmente recoberta foram animadores, porém tem taxa de migração entre 10-40%. Objetivo: Avaliar eficácia do tratamento endoscópico usando PMAE com sistema anti-migração (Am-PMAE) em pacientes com estenose biliar (EB) anastomótica pós tx hepático. Métodos: Série de casos de um centro privado terciária de São Paulo, com volume de 100 a 150 transplantes hepáticos/ano, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa. De abril/2018 a outubro/2020, 17 pacientes com EB anastomótica pós tx hepático e indicação de tratamento, independentemente de tratamento endoscópico prévio, foram incluídos. Critérios de exclusão: gravidez, EB ou hilar não anastomótica, estenose/trombose da artéria hepática, fístula biliar isolada, distância menor que 2 cm da estenose ao hilo hepático e recusa do paciente. Desfecho primário: Avaliar eficácia do tratamento endoscópico na EB pós tx hepático usando Am-PMAE, mantida por período de 12 meses. Esfincterotomia biliar foi realizada em todos os pacientes com papila nativa, e uma Am-PMAE (10 mm de diâmetro final e 60 ou 80 mm de comprimento) foi colocada. Dilatação da estenose foi feita quando necessário. Resultados: Três pacientes foram excluídos (perda de seguimento antes da retirada da prótese). Entre os 14 pacientes incluídos, média de idade foi 56 anos (28 - 76 anos), 7 mulheres. Tempo médio de permanência da prótese foi de 362 ± 109 dias. Sucesso técnico (colocação da prótese) foi 100%. Não houve caso de migração distal da prótese. Resolução completa da estenose ocorreu em 13/14 pacientes (93%). Eventos adversos ocorreram em 3/14 pacientes (21%): 2 pacientes com pancreatite aguda leve (14%) e 1 paciente (7%) com disfunção da prótese (cálculo, tratado com balão extrator). Não houve óbito relacionada à terapia endoscópica. Todas as próteses foram removidas sem dificuldades. Após remoção, todos os 13 pacientes que tiveram resolução da EB, foram acompanhados por uma média de 411 dias (±172) e não houve necessidade de nova terapia endoscópica nem recorrência da estenose. Conclusão: Nesta série, a terapia endoscópica com Am-PMAE para estenose biliar anastomótica pós-transplante hepático foi segura e eficaz, com alta taxa de resolução, provavelmente devido à ausência de migração da prótese.
Área
Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada
Autores
Larissa Wermelinger Pinheiro, Fernanda Prata Martins, Mônica Lúcia Campos Contini, Gustavo Andrade de Paulo, Angelo Paulo Ferrari, Ermelindo Della Libera