Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO - ABSCESSO EM MUCOSA GÁSTRICA POR INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO

Resumo

Apresentação do Caso: J.J.S.,45 anos, masc, com queixas de dor abdominal e nauseas há cerca de 3 dias após a ingestão de peixe. Foi realizada uma endoscopia digestiva alta em que evidenciou presença de corpo estranho (espinha de peixe) transfixando parede gástrica na posição pré-pilórica, localização pouco documentada de perfuração por corpo estranho, causando formação de abcesso com drenagem purulenta espontânea após sua a retirada. O paciente foi submetido a internamento hospitalar para antibioticoterapia e vigilância clínica. Tomografia demonstrou irregularidade na parede anterior de antro gástrico com coleção hipodensa e presença de gás de permeio medindo 3,0 x 1,8 cm, além de densificação da gordura junto à região antro pilórica e duodeno, com diminutas bolhas de gás de permeio. Paciente evoluiu com boa resposta ao tratamento, e resolução dos sintomas.
Discussão: A ingestão de corpo estranho é, geralmente, acidental em adultos e costuma estar associada a alimentos que tendem a ser naturalmente excretados. Em cerca de 1% dos casos ocorre perfuração e está relacionada a ingestão de objetos prefuro-cortantes, podendo levar a complicações como formação de abcesso, fístula ou peritonite. A perfuração da parede gástrica torna-se evento raro devido a anatomia da parede muscular em três camadas, o que a torna mais grossa que outros segmentos do trato grastrointestinal. O exame de imagem mostra-se essencial para a definição de integridade da parede gástrica, além de mostrar relação com estruturas adjacentes e tamanho do abcesso. O diagnóstico precoce é essencial para evitar maiores complicações como sepse e óbito. No caso em questão a retirada do corpo estranho foi resolutiva para a drenagem espontânea.
Comentários Finais: Diante do caso exposto de baixa incidência em documentação bibliográfica, na avaliação da perfuração de parede gástrica por corpo estranho com formação de abscesso, torna-se essencial, aliado à endoscopia digestiva, a realização de imagem para confirmação de integridade do órgão e estudo dos danos tecidas, para então ser realizada a intervenção terapêutica segura.