XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ACESSO GLISSONIANO NA HEPATECTOMIA ESQUERDA ROBÓTICA

Resumo

Introdução: A cirurgia robótica ganhou aceitação nos últimos anos, expandindo-se para a ressecção hepática. Este vídeo demonstra aspectos técnicos de uma terceira hepatectomia que foi realizada por abordagem robótica. Foi usada técnica de acesso intra-hepático Glissoniana, em um paciente com aderências ao redor da superfície hepática e do hilo hepático que dificultava a dissecção individual da tríade portal.
Método: A volumetria do remanescente fígado foi de 58%. Foi utilizado o sistema robótico Xi da Vinci. A inspeção da cavidade abdominal mostrou aderências no hilo hepático. O fígado estava rigidamente aderido ao diafragma. O ultra-som intra-operatório foi realizado para verificar novas lesões e assegurar as margens cirúrgicas. Duas incisões são necessárias para a abordagem intra-hepática Glissoniana (Fig.1). A primeira foi realizada na base do segmento 4b e a segunda foi realizada acima do ligamento de Arantius, para preservar o pedículo do lobo caudado. O pedículo foi circundado por uma pinça robótica. O pinçamento temporário do pedículo esquerdo foi realizado resultando em uma delimitação isquêmica do fígado esquerdo. Imagens de fluorescência após infusão de verde indocianina confirmaram os limites entre o fígado direito e esquerdo e a preservação da perfusão do lóbulo caudado. O pedículo Glissoniano esquerdo foi dividido com grampeador. Após a divisão do ligamento de Arantius, o tronco das veias hepáticas média e esquerda foi identificado e dividido com grampeador. O fígado foi então dividido com pinças bipolares e tesouras robóticas, sob irrigação salina até a conclusão da hepatectomia esquerda. A manobra de pringle não foi necessária.
Resultado: O tempo total de operação foi de 294 minutos. O tempo de acoplamento foi de 8 minutos, o tempo de hepatectomia robótica esquerda foi de 280 minutos. O acesso robótico intra-hepático ao pedículo esquerdo demorou 6 minutos. O pós-operatório foi sem intercorrências, e o paciente recebeu alta no 4º dia de pós-operatório. O relatório patológico final revelou metástase colorretal com margens cirúrgicas livres.
Conclusão: A abordagem robótica pode ajudar na realização da ressecção hepática por técnica minimamente invasiva, especialmente em hepatectomias repetidas. O acesso intra-hepático dos pedículos hepáticos pode ser obtido utilizando pequenas incisões ao redor da placa hilar, seguindo marcos anatômicos específicos. A transecção do fígado seguindo a área isquêmica resulta em menos sangramento.

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

MARCEL AUTRAN MACHADO, MURILLO MACEDO LOBO FILHO, BRUNO HORTENCES MATTOS, FABIO FERRARI MAKDISSI