XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

HEPATECTOMIA CENTRAL ROBÓTICA COM ACESSO GLISSONIANO

Resumo

Introdução: A hepatectomia é o tratamento padrão para metástases hepáticas colorretais. Entretanto, a alta recidiva pode resultar em re-hepatectomia. A re-hepatectomia pode oferecer sobrevida favorável, mas por ser complexa, a técnica aberta tem sido a abordagem de escolha.
Método: Apresentar vídeo de mesohepatectomia robótica em paciente com metástase hepática colorretal recorrente. Um homem de 75 anos, submetido com câncer de sigmóide e metástases hepáticas sincrônicas, foi submetido à colectomia aberta seguido de quimioterapia. Posteriorment,e foi submetido à ressecção aberta e não anatômica de 4 metástases com radioablação. Durante o acompanhamento, apresentou uma recidiva hepática e foi encaminhado para nós. Equipe multidisciplinar decidiu por quimioterapia neoadjuvante seguida pela ressecção. Volumetria mostrou um futuro remanescente hepático de 73,3%. Foi proposta uma hepatectomia central (S4, S5 e S8) por via robótica.
Resultado: Foi utilizado o robô Da Vinci Xi. A operação começou com lise de aderências de laparotomias anteriores. Manobra intracorpórea de Pringle foi utilizada de modo intermitente. Duas pequenas incisões são feitas para acessar o pedículo Glissoniano de S4b. O parênquima hepático é seccionado ao longo do ligamento falciforme e o pedículo S4a é encontrado e seccionado. O fígado é seccionado usando pinças bipolares sob irrigação contínua. A placa Hilar é aberta e o pedículo Glissoniano do setor anterior direito (S5 e S8) é dissecado. Futura linha de ressecção é demarcada e o parênquima é seccionado. Finalmente, o pedículo anterior é dividido e a mesohepatectomia é completada. A peça cirúrgica foi retirada através de uma extensão da incisão de 8 mm ao longo da laparotomia anterior em forma de J, e a cavidade abdominal foi drenada com um dreno de sucção fechada. O tempo operatório total foi de 420 minutos, sem transfusão. A patologia confirmou o diagnóstico com margens cirúrgicas livres. A recuperação foi sem problemas e o paciente teve alta no 4º dia de pós-operatório. O paciente está bem, sem evidências da doença 14 meses após o procedimento.
Conclusão: A abordagem robótica é segura e viável para mesohepatectomia e pode ser uma boa indicação para rehepatectomia após cirurgia aberta. A abordagem intra-hepática Glissoniana é útil para a ressecção central anatômica, mesmo em cirurgia robótica.

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

MARCEL AUTRAN MACHADO, MURILLO MACEDO LOBO FILHO, BRUNO HORTENCES MATTOS, FABIO FERRARI MAKDISSI