Dados do Trabalho

Título

PANCREATODUODENECTOMIA ROBÓTICA. EXPERIÊNCIA PESSOAL COM 100 CASOS CONSECUTIVOS

Resumo

Introdução: A primeira ressecção pancreática robótica no Brasil foi realizada por nossa equipe em 2008. Desde março de 2018, uma nova política nos levou a empregar sistematicamente o robô em todas as cirurgias pancreáticas minimamente invasivas. O objetivo deste trabalho é rever nossa experiência com 100 pancreatoduodenectomias robóticas consecutivas. Nossa técnica padronizada incluiu uma pancreatoduodenectomia com preservação do piloro, abordagem artéria-primeiro para casos malignos, nenhum uso de stent pancreático e dupla drenagem da cavidade abdominal.
Método: Todos os pacientes que foram submetidos à pancreatoduodenectomia robótica de março de 2018 a outubro de 2021 foram identificados. Dados descritivos foram coletados. As variáveis pré-operatórias incluíram idade, sexo e indicação para cirurgia. As variáveis intra-operatórias incluíram tempo operatório, sangramento, transfusão de sangue.
Resultados: A idade média foi de 63,5 anos. Cinquenta e um pacientes eram do sexo masculino. A morbidade foi de 29%, principalmente relacionada à fístula pancreática pós-operatória. Ocorreu uma morte (mortalidade de 1%). Três pacientes (3%) foram convertidos em cirurgia aberta, incluindo aquele com resultado fatal. Quatro pacientes tiveram esvaziamento gástrico retardado e dois apresentaram sangramento pós-operatório. Vinte e cinco pacientes tiveram fístula grau A (bioquímico) que foi tratado de forma conservadora com a remoção tardia do dreno pancreático. Um paciente necessitou de readmissão hospitalar para drenagem percutânea.
Conclusão: A plataforma robótica é útil para a ressecção da cabeça do pâncreas e facilita a reconstrução do trato alimentar. A pancreatoduodenectomia robótica é segura e viável para pacientes selecionados. Ela deve ser realizada em centros especializados por cirurgiões com experiência tanto em cirurgia pancreática aberta quanto minimamente invasiva.