XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Gastroduodenopancreatectomia devido a adenocarcinoma de duodeno

Resumo

Apresentação do Caso:
Paciente 58 anos, gênero masculino, apresentou quadro de perda ponderal importante em 6 meses e hiporexia, sem relato de vômitos ou alteração de hábito intestinal. Ao exame físico apresentava-se corado, com abdome flácido, indolor e ausência de massas palpáveis.
Submetido a endoscopia digestiva alta que visualizou lesão vegetante com 35mm de diâmetro, em parede contralateral da papila duodenal, não ressecável ao método. Solicitada Tomografia Computadorizada que evidenciou espessamento vegetante irregular da mucosa na segunda porção do duodeno com realce do contraste e extensão de 3,9 cm.
Optado pela realização de gastroduodenopancreatectomia devido à extensão e topografia da lesão, com exérese de 18 linfonodos e posicionamento de dreno abdominal. Apresentou boa evolução pós-operatória com alta no 9º dia pós-operatório.
A peça cirúrgica foi encaminhada para anatomopatológico, evidenciando adenocarcinoma “in situ”, sem sinais de invasão de córion, submucosa ou das margens. Linfonodos evidenciando hiperplasia reacional inespecífica, sem sinais de malignidade ou metástase. Após estadiamento do paciente, concluiu-se não haver indicação de neoadjuvância.
Discussão:
O adenocarcinoma duodenal corresponde a menos de 1% dos cânceres gastrointestinais, tendo, assim, dados limitados. Diante desse tipo de afecção, pode-se realizar ressecção segmentar ou gastroduodenopancreatectomia, a depender da sua localização. Ambas são opções aceitáveis desde que com margens negativas e linfadenectomia adequada, visto que a positividade dos linfonodos é fator prognóstico importante.
Estudos demonstram que o adenocarcinoma duodenal seja passível de ressecção curativa,
com resultados mais favoráveis ​​a longo prazo em comparação com outras malignidades periampulares. Tumores localizados na segunda porção do duodeno geralmente requerem duodenopancreatectomia devido à proximidade da cabeça do pâncreas, ducto biliar distal e ampola de Vater.
Independentemente da abordagem, a ressecção R0 continua sendo o objetivo mais importante para a cirurgia com tentativa curativa, visto que o status da margem afeta diretamente os resultados.
Comentários Finais:
A decisão sobre a abordagem cirúrgica do adenocarcinoma de duodeno depende de fatores como localização e ressecção linfonodal. Diante disso, foi optado pela gastroduodenopancreatectomia, visando ressecção com margens livres e linfadenectomia ampla, com resultado satisfatório e sem necessidade de tratamento adjuvante.

Área

Cirurgia - Intestinos

Autores

Marcelo Lima Pupo Nogueira, Gabriel Pinto Lara Faleiro, Guilherme Passos de Freitas, Júlia Gallo de Alvarenga Mafra, Julia Valadares Gontijo, Letícia de Oliveira Zambeli, Marcela Gallinari da Costa Torres, Monna Emanuelly Camargos Simões, Rafael Resende Pereira