XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

EVOLUÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA DHGNA APÓS O BYPASS GÁSTRICO EM Y DE ROUX: UM ACOMPANHAMENTO DE 5 ANOS

Resumo

Introdução: Os efeitos alongo prazo da cirurgia bariátrica no acompanhamento de aspectos relacionados a DHGNA não é totalmente compreendido.
Objetivo: Analisar a evolução de diferentes características da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) por meio de marcadores não invasivos em pacientes submetidos ao bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR) ao longo de 5 anos de acompanhamento.
Métodos: Trata-se de um estudo de coorte histórica que avaliou a evolução das características relacionadas à DHGNA de 49 indivíduos submetidos ao BGYR ao longo de 5 anos. A esteatose foi avaliada por meio do Índice de Esteatose Hepática (HSI), a esteatohepatite por meio do escore clínico da DHGNA (C-NASH) e a fibrose através do escore de fibrose da DHGNA (NFS).
Resultados: 91,8% dos indivíduos eram do sexo feminino, a média de idade foi de 38,3 ± 10 anos e o IMC médio foi de 37,4 ± 2,3 kg / m2. Houve uma redução estatisticamente significativa em escores não invasivos de DHGNA no primeiro ano, com HSI diminuindo de 47,15 ± 4,27 para 36,03 ± 3,72 em 12 meses (p <0,01), e nenhuma outra alteração significativa até 60 meses. O C-NASH diminuiu significativamente de 0,75 ± 1,25 para 0,29 ± 0,7 em 12 meses (p <0,01); depois disso, não houve mais mudanças significativas até 60 meses. NFS diminuiu de 1,14 ± 1,23 a 0,27 ± 0,99 aos 12 meses (p <0,01); a partir de então, ele entrou em uma trajetória ligeiramente ascendente, com um aumento acentuado em 60 meses (0,82 ± 0,89), ainda menor do que na linha de base (p <0,05). Houve uma forte correlação positiva entre a variação HSI e a porcentagem de perda de peso total nos 5 anos de estudo. (R = 0,8; P <0,0001).
Conclusão: BGYR levou a melhora significativa da esteatose, esteatohepatite e fibrose após 5 anos. A fibrose foi a anormalidade mais refratária e apresentou uma tendência ligeiramente ascendente após 2 anos. A melhora da esteatose foi diretamente correlacionada com a perda de peso.

Área

Cirurgia - Obesidade

Autores

Fernanda Kreve, Martinho A. Gestic, Felipe David Mendonça Chaim, Almino C. Ramos, Elinton Adami Chaim, Everton Cazzo