XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE CROHN REFRATÁRIA A ANTI-TNF EM GESTANTE

Resumo

Descrição do caso Paciente feminina, 34 anos, diagnosticada com pioderma gangrenoso em 2016 e doença de Crohn ileocolônica em 2019 iniciou tratamento particular com azatioprina e prednisona seguido apenas de azatioprina com melhora clínica. Após 4 meses, voltou apresentar dor abdominal e diarreia mucossanguinolenta, aumento transminases e calprotectina 1000. Foi optado pelo certolizumabe devido ao desejo da paciente em engravidar. Paciente iniciou acompanhamento no nosso serviço em 2021 em uso do certolizumabe 400 mg a cada 4 semanas há 6 meses, persistindo com atividade laboratorial (calprotectina 6000, VHS 50 PCR 66,6) e colonoscopica da doença (ileite ulcerativa em atividade, pancolite ulcerativa em atividade, Mayo 2) e aumento de enzimas canaliculares (FA 148 GGT 369,4). Colangiorressonancia evidenciou áreas de estenoses acometendo ramos biliares intra hepáticos e do hepatocoledoco com aspecto em “colar de contas”, confirmando o diagnóstico de Colangite Esclerosante Primária e prescrito ursacol 17 mg/kg/dia. Paciente retorna em consulta, gestante de 4 semanas, em 11/2021 com persistência de atividade de doença (calprotectina >3000). Nesse momento foi optado por troca da medicação para Ustequinumabe. Paciente evoluiu com aborto com 8 semanas de gestação. No momento, paciente encontra-se em remissão da doença, com uso de ustequinumabe e ursacol. Discussão A doença de Crohn consiste em uma doença heterogênea, decorrente de fatores genéticos, ambientais e imunológicos. A doença acomete mulheres em idade fértil e o uso de medicamentos durante o período da gravidez causa grande preocupação, porém a maioria dos medicamentos para tratamento das doenças inflamatórias intestinais não estão associados a efeitos adversos graves e manter a saúde da mãe é prioridade no manejo destas pacientes. Doença refratária aos anti-TNF contam com um arsenal terapêutico mais modernos como anti-IL12/23 para melhor controle da doença e segurança do doente. Neste relato, apresentamos um caso de doença de Crohn grave, com manifestação extraintestinal, em paciente gestante com falha a anti TNF e evolução desfavorável da gestação. Comentários finais A doença de Crohn, por si só, não representa um risco para a gravidez; estudos demonstram que manter a doença em remissão é o principal fator de bom prognóstico para a gestação. Assim como estudos mostram que o ustequinumabe associou-se a melhora clínica e bioquímica em pacientes com doença de Crohn refratária a terapia anti-TNF.

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

MAÍRA THOMÉ FREITAS, MILENA COUTINHO PIRES, GABRIELA PARREIRA BIZINOTO, JOÃO FELLIPE PEREIRA ESPINDOLA, MICHELLE BAFUTTO GOMES COSTA, MAURO BAFUTTO, DIOGO HENRIQUE SALIBA DE SOUSA, PRISCILLA SOUZA DE FARIA