XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tratamento cirúrgico do megaesôfago chagásico com cardiomiotomia a Heller-Pinotti

Resumo

O vídeo apresentado corresponde ao tratamento cirúrgico de paciente com diagnóstico de megaesôfago de etiologia chagásica do grupo III, que se apresentava com síndrome disfágica progressiva associada a perda ponderal. Foi proposta tratamento cirúrgico através de uma cardiomiotomia a Heller com fundoplicatura a Pinotti.

O acesso videolaparoscópico é feito com 5 trocateres, sendo dois de 10 mm e três de 5 mm. É posicionada uma pinça fechada suspendendo o lobo hepático esquerdo para exposição adequada do campo de trabalho. Em seguida, realizada abertura da membrana frenoesofágica à direita e à esquerda. Após abertura da membrana, realizada identificação dos pilares diafragmáticos. Enquanto isso o cirurgião auxiliar traciona o corpo do estômago caudalmente. É realizada liberação das aderências entre o esôfago dilatado e os pilares diafragmáticos, criando-se um espaço para poder passar um dreno de Penrose e laçar o esôfago.

Após passagem do dreno de Penrose por trás do esôfago, o auxiliar o traciona para expor melhor o esôfago no hiato. Realizada liberação de todas as aderências entre o esôfago e as estruturas adjacentes, de modo que seja possível expor a transição esofagogástrica. Realizada a marcação da miotomia com auxílio do eletrocautério, de modo a alcançar a área dilatada do esôfago, ou seja, cerca de 2 cm abaixo da transição esofagogástrica e cerca de 6 cm acima da mesma. Após marcação, é realizada a cardiomiotomia a Heller, com auxílio de duas pinças, de modo expor a camada submucosa do esôfago após romper as fibras musculares longitudinais e circulares do órgão, tomando cuidado para não perfurar a mucosa do esôfago.

Feita a exposição da submucosa esofágica em toda área marcada da cardiomiotomia, o próximo passo consiste na confecção de uma válvula para evitar que o paciente tenha sintomas de doença do refluxo gastroesofágico. Para isso, é confeccionada uma válvula com o fundo gástrico. No vídeo, foi optada pela fundoplicatura à Pinotti. Realizado fechamento do ângulo de Hiss com sutura a Lortat-Jacob entre o fundo gástrico e a parede póstero-lateral do esôfago. A seguir é feita a sutura com Ethibond 2.0 entre o fundo gástrico e a borda esquerda da miotomia e, em seguida, feita a sutura do fundo gástrico mais lateralmente, com a borda direita da miotomia. Feita a revisão da hemostasia adequadamente, desfeito pneumoperitônio, e o paciente teve boa evolução, com alta dois dias após o procedimento, após progressão e aceitação da dieta via oral.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

Thiago Oliveira Freitas Becker, Walter de Biase da Silva Neto, Isabela Couto Mendonça