Dados do Trabalho
Título
Cirurgia funcional no melanoma subungueal, qual o limite?
Apresentação do caso
Paciente 40 anos de idade, sexo masculino, com queixa de aparecimento de “mancha” na unha do hálux direito com aumento progressivo e evolução de 5 anos. Ao exame dermatológico e dermatoscópico, apresentava faixa de melanoníquia extensa, irregular, com bordas mal definidas e onicodistrofia ungueal do hálux direito. Foi realizada biópsia incisional da matriz ungueal em área demarcada, cujo resultado anatomopatológico foi de melanoma in situ. Nesse cenário de doença não invasiva optou-se por realização de cirurgia funcional para o melanoma subungueal, com margens milimetricamente livres, confirmadas pela patologia no peroperatório.
Discussão
O melanoma subungueal compreende cerca de 0,7 a 3,5% de todos os melanomas, mas devido ao atraso no diagnóstico, seu prognóstico é reservado quando comparado aos outros tipos. Hutchinson foi o primeiro a descrever o melanoma subungueal e difundiu o tratamento com cirurgia radical. O manejo desse melanoma, vem sendo questionado e redefinido, visto que as cirurgias conservadoras podem preservar os dedos o máximo possível sem comprometimento da margem de segurança. Ao se considerar a cirurgia funcional para o tratamento do melanoma in situ, torna-se necessária análise histológica de todas as margens da peça cirúrgica. Em 2002, Clarkson e colaboradores excisaram dois melanomas in situ da mesma unha, preservando a falange distal, seguido por reconstrução por retalho. A abordagem cirúrgica conservadora vem sendo preferível, obtendo grandes resultados funcionais e estéticos, sem alterar o prognóstico dos doentes. Diversos autores também apresentaram bons resultados, não apresentando recidivas. Estudos demonstram que não foram observadas diferenças estatísticas na taxa de recorrência local dos melanomas subungueais in situ quando submetidos à cirurgia funcional comparados às amputações. Ainda carece de estudos para indicação da cirurgia funcional no melanoma invasivo.
Comentários Finais
A excisão conservadora do melanoma subungueal in situ oferece melhores resultados estéticos e funcionais, quando comparado à cirurgia radical, sem afetar o prognóstico dos pacientes. Pensando nisso, objetivamos o caso de um paciente tratado no INCA, submetido a cirurgia funcional para o tratamento de um melanoma acral, com margens milimetricamente negativas, preservando a funcionalidade com retorno prévio às atividades diárias, sem comprometimento oncológico. Seu relato tem importância na comunidade científica visando o futuro do tratamento cirúrgico para o melanoma
Palavras-chave
cirurgia funcional; melanoma subungueal; in situ
Área
Oncologia Cutânea
Autores
SARAH HULLIANE FREITAS PINHEIRO DE PAIVA, JADIVAN LEITE DE OLIVEIRA, LALYA CRISTINA SARMENTO DE FREITAS, KAIQUE TORRES FERNANDES, JULIANA VETORAZO ALVARENGA, PRISCILA FERREIRA SOTO, ROBERTO ANDRE TORRES VASCONCELOS, NELSON JOSE JABOUR FIOD, LUIZ FERNANDO NUNES, RAFAEL LEAL DE MENEZES