XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Dados do Trabalho


Título

Transformação Nodular Angiomatóide Esclerosante Esplênica (SANT) diagnosticada após esplenectomia em paciente com suspeita de neoplasia acometendo o baço

Apresentação do caso

Paciente do sexo feminino, 41 anos, assintomática, com achados incidentais na ultrassonografia de abdome, correspondentes à esplenomegalia com presença de nodulação sólida vascularizada. Foi submetida a tomografia de abdome, na qual verificou-se uma lesão sólida heterogênea esplênica, de 8,6 x 7,0 x 7,6 cm, sugestiva de neoplasia, além de linfonodomegalias em hilo hepático e cadeias ilíacas comuns bilaterais, apontando acometimento neoplásico secundário. Foram administradas vacinas antipneumocócica, anti-meningocócica e anti-haemophilus tipo B, e a paciente foi submetida à esplenectomia com linfadenectomia por via laparoscópica, sem intercorrência, obtendo alta no 3⁰ dia pós operatório. À análise histopatológica macroscópica, o baço pesava 256 gramas e media 18,0x9,5x5,0 cm. Apresentava-se com inúmeras áreas esbranquiçadas e lobuladas, a maior com 4,0x3,5 cm. Aos cortes, constatou-se tumoração parda-esbranquiçada, multilobulada e com áreas amareladas. O aspecto do parênquima esplênico revelou-se vinhoso, homogêneo e amolecido, com desenho folicular evidente. À análise microscópica verificou-se que a lesão esplênica tratava-se de uma Transformação Nodular Angiomatóide Esclerosante (SANT).

Discussão

A SANT é um achado vascular benigno raro, sendo reportado pela primeira vez em 2004. Essa patologia cursa com grande dificuldade diagnóstica, visto que os sinais e sintomas são inespecíficos, sendo, geralmente, dor abdominal mais frequente em hipocôndrio esquerdo, distensão, febre, perda de peso, epigastralgia e dispepsia. Grande parte dos pacientes podem cursar até mesmo com um quadro assintomático. Além disso, os exames de imagem utilizados para o diagnóstico podem gerar laudos dúbios, uma vez que as características de SANT podem ser confundidas com acometimento neoplásico primário ou metastático do baço, como no caso em questão, e outras patologias. A conduta preconizada, geralmente, é a esplenectomia, com posterior confirmação diagnóstica através do exame imuno-histoquímico.

Comentários Finais

O baço é um dos importantes componentes do sistema fagocitário mononuclear e a sua remoção pode interferir em inúmeras funções imunológicas. Além disso, diversas complicações cirúrgicas podem ocorrer. Portanto, é de suma importância que essa patologia, apesar de rara, seja vista como um dos possíveis diagnósticos diferenciais para neoplasias que acometem o baço para que o seu manejo possa ser feito de forma mais eficiente.

Palavras-chave

ESPLENECTOMIA, NEOPLASIAS ESPLÊNICAS, TRANSFORMAÇÃO NODULAR ANGIOMATÓIDE ESCLEROSANTE ESPLÊNICA.

Área

Outros e Miscelânia

Autores

CLÁUDIO DE ALMEIDA QUADROS, VINICIUS CAMPOS DUARTE, ANNA LAURA ALVES DE OLIVEIRA, IGOR CAMPOS DA SILVA, TÚLIO GERALDO DE SOUZA E SOUZA