XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DAS COMPLICAÇÕES PÓS DUODENOPANCREATECTOMIA: COORTE RETROSPECTIVA DE BASE HOSPITALAR

Introdução

A duodenopancreatectomia (DPT) é uma cirurgia complexa de grande porte com alta taxa de morbidade, 30-60%, e mortalidade variável, com séries chegando a 20%. Diversos estudos tentam avaliar como melhorar os resultados perioperatórios do procedimento devido a elevada morbimortalidade decorrente das complicações.

Objetivo

O objetivo principal deste estudo foi analisar as principais complicações e os desfechos desse procedimento em um serviço de Santa Catarina.

Método

Trata-se de um estudo observacional retrospectivo acerca do padrão de realização de DPT e suas complicações no Hospital Municipal São José - Joinville/SC. Foram incluídos no estudo todos os pacientes submetidos à cirurgia entre o período de Janeiro de 2012 a Julho de 2020. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Municipal São José.

Resultados

Entre Janeiro de 2012 e Julho de 2020, 28 pacientes realizaram esse procedimento, sem predomínio de gênero, com idade média de 58,7 anos. A principal indicação cirúrgica foi por neoplasia de cabeça de pâncreas, e a duração média do início dos sintomas à internação foi de 4 semanas. Os sinais e sintomas mais prevalentes foram dor abdominal (82,1%), perda ponderal (60,7%) e síndrome colestática (42,8%). Com relação às técnicas cirúrgicas, em 50% dos pacientes foi realizado o procedimento com preservação pilórica, e em 42,9% a forma clássica sem preservação, 7,1% não foi possível identificar devido a dados incompletos no prontuário. Em todos os pacientes foi realizado pancreatojejunostomia, nas quais a maioria (71,4%) foi realizado em alça única. Referente ao remanescente pancreático, em 57,1% a anastomose foi realizada através da invaginação. No pós-operatório, 75% dos pacientes necessitaram de droga vasoativa e em 78,6% foi realizado transfusão de concentrado de hemácias no período perioperatório. A taxa de morbidade foi de 85,7%, sendo as principais hemorragia pós-operatória (46,4%), complicações pulmonares (46,4%), retardo do esvaziamento gástrico (28,6%) e fístula pancreática (25%). A taxa de reabordagem foi de 28,6% e a mortalidade em até 30 dias pós operatória de 28,6%.

Conclusão

Dentro deste serviço, foi possível perceber um número esperado de complicações e de morbimortalidade, visto que o perfil de pacientes que realizam tal procedimento frequentemente apresentam-se em estado avançado de doença, com menor reserva metabólica disponível. Porém, é necessário uma amostragem maior de pacientes para obtenção de dados mais fidedígnos.

Palavras-chave

Duodenopancreatectomia; cirurgia oncológica; pancreatojejunostomia

Área

Tumores hepatobiliopancreáticos

Autores

LUIS FILIPI CAETANO RODRIGUES, MATEUS TONUS PARISOTTO, FABIO JOSÉ DE ANDRADE, ANDRE CARMINATI LIMA, CHRISTIAN EVANGELISTA GARCIA, FRANCO HARITSCH, GIOVANNA CHIODINI LOTZ, GEORGE FAGUNDES FIRMINO, LUCAS OLIVEIRA MARTINS