Dados do Trabalho
Título
EXENTERAÇÃO PÉLVICA : PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES EM UM CENTRO ONCOLÓGICO DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2017 A 2021
Introdução
Exenteração pélvica é uma das cirurgias mais radicais e extensas para neoplasias pélvicas. Consiste na retirada em bloco dos órgãos pélvicos acometidos, garantindo margens livres. Recidivas centrais ou persistência de doença por tumor maligno pélvico mesmo após radioterapia/quimioterapia são as principais indicações, para o tratamento do tumor localmente avançado. Pode ser classificado como anterior, posterior e total.
Objetivo
O presente trabalho visa analisar o perfil epidemiológico de pacientes com câncer submetidos a cirurgia de exenteração pélvica em um determinado centro oncológico.
Método
Trata-se de estudo retrospectivo, descritivo, realizado em um centro oncológico, no período de janeiro de 2017 a junho de 2021. Os dados foram coletados da base de dados do serviço de cirurgia oncológica. As variáveis levantadas foram idade, sexo, sítio primário de neoplasia e tipo histológico, raça, estadiamento oncológico, tipo de exenteração pélvica, tipo de reconstrução realizada, e desfecho em 4,5 anos.
Resultados
Nota-se a incidência maior de exenteração pélvica nas pacientes do sexo feminino (88%), sendo mais prevalentes nos pacientes com adenocarcinoma de reto (37%), seguido das pacientes com carcinoma espinocelular do colo uterino (33%). A média de idade foi de 52 anos e a raça mais prevalente foi a parda com 77%. O estadiamento inicial mais comum foi o estádio III (62,9%), seguido do estádio II (22%). Foram realizadas exenterações mais frequentes do tipo total (62,9%), seguida do tipo posterior (25,9%). A reconstrução mais comum foi a colostomia úmida (62,9%) para a exenteração pélvica total e a colostomia terminal (22%) para as posteriores. Em 4,5 anos, 44,44% dos pacientes permaneceram em seguimento oncológico sem evidência de recidiva de doença, e a taxa de óbito nesse período foi de 33%.
Conclusão
A exenteração pélvica constitui uma cirurgia radical para neoplasias complexas e recidivadas, onde a localização do tumor e o tipo do indivíduo devem ser bem selecionados. Neoplasias pélvicas centrais e recidivadas são as principais indicações. Constitui cirurgia agressiva e de considerável morbidade e mortalidade, proporcionando controle de doença a médio e longo prazo, compatível com os dados levantados em nosso trabalho. Ainda é altamente prevalente o diagnóstico em estádios mais avançados de neoplasias pélvicas, refletindo as disparidades do país em acesso a consultas, exames e programas básicos de rastreio.
Palavras-chave
EXENTERAÇÃO PELVICA, NEOPLASIA DE RETO; NEOPLASIA DE COLO UTERINO;
Área
Oncoginecologia
Autores
BIANCA MARTINEZ LÉLLIS, THAINARA MISSASSI HELLER, LUCAS BERTOLIN, RAFAEL SODRE DE ARAGÃO VASCONCELOS PEREIRA, LAUZAMAR ROGE SALOMÃO JUNIOR