XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Dados do Trabalho


Título

Lipossarcoma Desdiferenciado Gigante: Relato de Caso

Apresentação do caso

Homem, 44a, história de distensão abdominal e pirose há 6 meses. Ao exame, abdome globoso distendido, rígido, indolor à palpação, linfonodos inguinais bilaterais com aproximadamente 2cm. USG abdome: Massa de grande volume, ecotextura heterogênea e grosseira, limites mal definidos, sem vascularização importante ao estudo do Doppler, ocupando toda cavidade abdominal e causando efeito de massa nos órgãos adjacentes. Tomografia abdome: Volumosa formação expansiva sólida-cística de aspecto loculado com algumas áreas de atenuação semelhante a gordura de permeio, acometendo a cavidade abdominal, de aspecto não específico, observadas nodulações periféricas. Tomografia de tórax sem alterações. Realizada Ressecção de tumor retroperitoneal com ressecção de órgãos contíguos + Linfadenectomia retroperitoneal + Ileostomia + Colectomia parcial + Retossigmoidectomia + Enterectomia + Nefrectomia direita + Adrenalectomia direita + Enterorrafia de duodeno. Anatomopatológico mostrou Lipossarcoma desdiferenciado, pesando 11,500kg e medindo 45x35x20cm. Grau histológico 2, necrose em menos de 50% da lesão e ausência de invasão vascular sanguínea, linfática e perineural.

Discussão

Lipossarcoma é um tumor derivado de células primitivas que sofrem diferenciação em tecido adiposo, sendo o bem diferenciado e o desdiferenciado os principais representantes desse tipo histológico. Acometem principalmente adultos de meia idade, em retroperitoneo ou extremidades. São inicialmente assintomáticos, vindo a apresentar sintomas inespecíficos pela compressão ao crescimento do tumor. Por esse motivo, o diagnóstico normalmente é difícil e tardio, sendo necessário exames de imagem de investigação. O lipossarcoma desdiferenciado costuma ter um padrão mais agressivo, com maior propensão à recorrência local e metástase, por esse motivo, urge a necessidade de intervenção precoce. O tratamento é cirúrgico, independente do tamanho da lesão, é a melhor possibilidade de cura. A ressecção deve ser macroscopicamente completa, incluindo órgãos adjacentes, se necessário, sendo esse um grande desafio do cirurgião com um lipossarcoma gigante.

Comentários Finais

A ausência de sintomas do lipossarcoma pode dificultar e atrasar o diagnóstico, possibilitando o amplo crescimento e metástases. Em ressecções de tumores gigantes, apesar de ser um procedimento desafiador para o cirurgião oncológico, tem papel importante, na cura da doença e melhora na qualidade de vida do paciente.

Palavras-chave

Lipossarcoma; lipossarcoma desdiferenciado; lipossarcoma retroperitoneal

Área

Sarcomas / tumores ósseos

Autores

LAURA CRISTINA COSTA SILVA, GABRIELA BENETTI DE GRANDE SANTOS, LARISSA CÂMARA NASCIMENTO MELO, BEATRIZ ANDRADE BRANDÃO, HELOISA LOPES DE SOUZA RIBEIRO, GABRIELA MARTINS SILVA, FRANCIMAR KETSIA SERRA ARAÚJO, JOSE TOVENIS FERNANDES JÚNIOR, GUSTAVO TORRES LOPES SANTOS, THIAGO COSTA PIRES