XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE PAGET EXTRAMAMÁRIA COM TRATAMENTO LOCAL ATRAVÉS DE IMIQUIMODE - RELATO DE CASO

Apresentação do caso

M.L.T, 81 anos, feminino, refere aparecimento de lesão perianal há 04 anos, associada a prurido, hiperemia, de caráter descamativo, em região de vulva e períneo. Submetida a diversos tratamentos tópicos, como: corticoide, antifúngicos, antihemorroidarios, sem melhora do quadro. Antecedente pessoal de HAS, nega neoplasias prévias ou outros sintomas associados ao quadro. Ao exame físico: lesão eczematosa, bordas mal definidas, com halo hipopigmentado. Submetida a biópsia incisional, com diagnóstico provável de doença de Paget Extramamaria (DPEM). Imuno histoquímica: CK7, CEA positivos, e melan-A, negativo. Realizado exames complementares de imagem para rastreio, dentro dos padrões da normalidade. Optado por terapia local com quimioterápico IMIQUIMODE, por 03 meses, com 03 sessões semanais. Melhora sintomatologica e estética, expressivas. Realizada nova biópsia incisional negativa para recidiva local. Acompanhamento atual trimestral.

Discussão

A Doença de Paget, entidade maligna, relatada inicialmente por Sir James Paget em 1874, que descreveu histologicamente como uma lesão cutânea mamária, pode ser classificada em dois grupos: mamária e extramamaria. A doença extramamaria (DPEM) consiste num grupo raro de neoplasias cutâneas com diferentes localizações.
As áreas mais frequentes sao: vulva, anus, região perianal, escroto e axila. Mais comum em mulheres, entre 50-80 anos, caucasianas. Os sintomas são poucos específicos, podendo cursar com prurido, ardor, supuração e sangramento, e até mesmo sintomatologia assintomática em 10%. A lesão típica tem padrão de crescimento centrífugo. Quantos aos marcadores, podemos afirmar que a citoqueratina 7 (CK7) é sensível, porém não específico, sendo a negatividade rara e ocorrendo geralmente em associação com malignidade em órgãos internos. Devido a raridade, há pouco conhecimento sobre o tratamento, e a conduta padrão é a exérese cirúrgica, a depender do tamanho e infiltração loco-regional.

Comentários Finais

As características epidemiológicas da paciente estão de acordo com os dados da literatura: sexo feminino, 81 anos e pos menopausa. A história clínica de sintomas ha 04 anos, confirma a lenta progressão da neoplasia, além de apontar a dificuldade de diagnóstico e manejo adequado da doença. Sendo assim, julgamos válida a terapia alternativa com quimioterápico local IMIQUIMODE no tratamento DPEM, podendo resultar em resolução completa ou parcial da doença, evitando
o sofrimento, a desfiguração permanente e os déficits funcionais aos pacientes.

Palavras-chave

Doença de paget
IMIQUIMODE
Quimioterapia local
Neoplasia cutânea

Área

Oncoginecologia

Autores

BRUNA SANTOS TOGNI, ANA CAROLINA TOMASELLA AUAD , ISADORA RUBIRA FURLAN, MATEUS DE ALMEIDA MOREIRA DA SILVA, GIOVANA VIECILI ROSSI, HEVILA CRISTINA MORA AMANCIO DE SOUZA, JAN PAGENOTTO SUKORSKI, JOAO PEDRO ARAUJO BRUNO, BARBARA MARCHI ANDRADE, LEONARDO EVANGELISTA BAGATELI