Dados do Trabalho
Título
Os efeitos do manejo não cirúrgico do quilotórax após cirurgia cardiotorácica: uma revisão sistemática e meta-análise
Introdução
O quilotórax é uma complicação não tão comum, porém severa, decorrente de cirurgias torácicas que leva a altas taxas de morbimortalidade. Ainda não existe um consenso sobre o manejo dessa condição, se o tratamento conservador ou a reoperação precoce deve ser a intervenção inicial.
Objetivo
Esta revisão sistemática e meta-análise visa a avaliar os efeitos do tratamento conservador como primeira linha de intervenção para o manejo do quilotórax após cirurgias cardiotorácicas.
Método
Uma revisão sistemática foi conduzida nas plataformas PubMed, Embase, Cochrane Library Central e Lilacs (BVS). Os critérios de inclusão foram: (1) Pacientes que foram submetidos a cirurgia cardiotorácica; (2) pacientes que receberam alguma forma de tratamento conservador (como nutrição parenteral total, dieta com baixo teor de gordura e MCT); (3) estudos que avaliaram os seguintes resultados: resolução do quilotórax, necessidade de reoperação para ligadura do ducto torácico, morbidade e mortalidade. Os resultados foram resumidos por média e taxas de eventos.
Resultados
22 artigos foram selecionados, envolvendo um total de 497 pacientes com quilotórax. A incidência de quilotórax após cirurgias cardiotorácicas foi 1.8% (1.7 a 2%). Todos os pacientes foram inicialmente tratados com uma terapêutica não operatória. Em pacientes com quilotórax, o tempo médio necessário de manutenção do tubo torácico foi 16.1 dias (IC 95%: 12.5, 19.6). A necessidade de reoperação para ligadura do ducto torácico foi de 37% (IC 95%: 27, 49%). O risco de morbidade foi 40% (IC 95%: 23, 59%) e a taxa de mortalidade foi 10% (IC 95%: 6, 20%). O tempo médio de permanência no hospital foi de 23.7 dias (IC 95%: 16.1, 31.4).
Conclusão
O tratamento conservador do quilotórax apresentou taxas significantes de morbimortalidade, com longa permanência hospitalar. Diversos pacientes necessitam de reoperação para ligadura do ducto torácico após o tratamento conservador. Desse modo, reoperação precoce deve ser considerada em casos de quilotórax após cirurgia cardiotorácica.
Área
Outros e Miscelânia
Autores
Laura Lucato dos Santos, CLARA LUCATO DOS SANTOS, STEFANIE SOPHIE BUUCK MARQUES, LETICIA NOGUEIRA DATRINO, GUILHERME TAVARES, LUCA SCHILIRO TRISTAO, MARINA FELICIANO ORLANDINI, MARIA CAROLINA ANDRADE SERAFIM, WANDERLEY MARQUES BERNARDO, FRANCISCO TUSTUMI