Dados do Trabalho

Título

RESSECÇÕES HEPÁTICAS MULTIVISCERAIS PARA METÁSTASES HEPÁTICAS DE CÂNCER COLORRETAL: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE

Introdução

As ressecções hepáticas multiviscerais (RHMs) podem ser necessárias para conseguir margens livres em pacientes com metástases hepáticas de câncer colorretal (MHCCRs) localmente avançadas. No entanto, o impacto das RHMs nos resultados de pacientes com MHCCRs ainda é controverso.

Objetivo

Comparar os resultados precoces e tardios de pacientes com MHCCR submetidos a RHMs e hepatectomia isolada com intenção curativa.

Método

Foi realizada revisão sistemática nas bases PubMed, Embase, Cochrane Libray Central e SciELO/LILACS, procurando estudos comparativos que avaliassem desfechos perioperatórios e/ou sobrevida após RHMs e hepatectomias isoladas em pacientes com MHCCR. Foi realizada ainda, análise de subgrupo de acordo com o tipo de órgão/estrutura ressecada.

Resultados

Foram incluídos 9 estudos observacionais (n=1.786 pacientes). Não houve diferença com relação à perda sanguínea estimada, taxa de transfusão, presença de margens comprometidas, morbidade ou mortalidade perioperatória entre os grupos. Pacientes submetidos a RHMs apresentaram maior tempo operatório (DM=71,4 min; IC95% 33,7-109; I2=97%). O tempo de internação hospitalar foi maior no subgrupo de paciente com ressecção diafragmática (DM=0,86 dias; IC95%C0,17-1,54; I2=0%). As RHMs apresentaram maior frequência de complicações maiores (DR=0,07; IC95% 0,01-0,13; I2=0%). Não houve diferença na sobrevida global entre os grupos (HR=1,10; IC95% 0,73-1,47; I2=0%).

Conclusão

As RHMs são seguras e exequíveis, embora haja maior risco de complicações maiores. As RHMs não afetam negativamente a sobrevida à longo prazo, sendo importante opção de tratamento potencialmente curativo para pacientes selecionados com MHCCRs localmente avançadas.

Palavras-chave

neoplasia colorretal, fígado, hepatectomia, análise de sobrevida, metanálise