XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Dados do Trabalho


Título

Criação de uma ferramenta interativa para avaliação de recidiva e mortalidade em pacientes com melanoma estádio clínico IIB e IIC

Introdução

O uso de nomogramas está se tornando cada vez mais comum na prática clínica em vários cenários dentro da Oncologia.
Em melanoma, pacientes no estágio clínico IIB e IIC de melanoma constituem um subgrupo de difícil manejo, sendo a biópsia de linfonodo sentinela (BLNS) reportada como a variável mais importante relacionada com sobrevida  livre de recorrência a distância (SLRD) e sobrevida melanoma específica (SME). Criar um instrumento de uso rápido e capaz de avaliar esse risco pode ser extremamente útil na prática clínica diária.

Objetivo

desenvolvimento de uma ferramenta para auxiliar na tomada de decisão em pacientes com melanoma estadio clinic IIB e IIC.

Método

Análise retrospectiva de dados de pacientes com melanoma estadio clínico IIB e IIC que realizaram biópsia de linfonodo sentinela (BLNS) durante 15 anos (entre 2000 e 2015) em uma instituição especializada em câncer. As variáveis relevantes em análise de regressão múltipla foram utilizadas na criação de nomogramas preditores de sobrevida livre de recorrência à distância (SLRD) e sobrevida específica do melanoma (SEM). Os nomogramas foram validados internamente e partir deles foram desenvolvidas calculadoras online para simplificar a utilização.

Resultados

259 paciente com estadio IIB e IIC realizaram BLNS no período do estudo, sendo 101 pacientes (39%) estadio T3b, 52 (20,1%) eram T4a e 99 (38,2%) eram T4b.
A variável mais importante para ambos os desfechos (SLRD e SME) foi o status da BLNS.
Pacientes com BLNS positiva apresentaram SLRD mediana de 35,73 meses (IC 95% 21,38-50,08) e SEM mediana de 66,4 meses (IC 95% 29,76-103,03).
Essa e outras variáveis obtidas a partir da regressão de Cox múltipla para os desfechos estudados foram utilizadas para a elaboração dos respectivos nomogramas e, posteriormente, transformadas em ferramentas on-line de acesso público (https://www.accamargo.org.br/medicos/ferramentas-de-previsao).
Com os resultados obtidos no nomograma, é possível selecionar melhor pacientes para adjuvancia, diminuindo toxicidade do tratamento e custos. Em outros contextos de estudos, os nomogramas também podem ser utilizados para estratificação de risco e definições cirúrgicas.

Conclusão

Em nosso estudo o comprometimento do linfonodo sentinela foi visto como o principal fator de risco para pacientes com melanoma estadio IIB e IIC, informação essa utilizada nos nomogramas preditores de desfechos.
A criação e uso dessas ferramentas permitem tomadas de conduta de maneira mais personalizada nos pacientes com melanoma estádio IIB e IIC.

Palavras-chave

Melanoma, Nomograma, Prognóstico

Área

Oncologia Cutânea

Autores

ISABELA BARTELLI FONSECA, MARCUS VITOR NUNES LINDOTE, MARCUS RODRIGO MONTEIRO, EDUARDO DORIA FILHO, CLOVIS ANTONIO LOPES PINTO, ANDREA SCHIAVINATO JAFELICCI, MATHEUS DE MELO LÔBO, VINICIUS FERNANDO CALSAVARA, EDUARDO BERTOLLI, JOÃO PEDREIRA DUPRAT NETO