Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DO PROGNÓSTICO DOS DIFERENTES SUBTIPOS DE CARCINOMAS NEUROENDÓCRINOS DE ESÔFAGO EM UM ESTUDO POPULACIONAL
Introdução
Neoplasias neuroendócrinas são extremamente raras e representam de 0,4% a 2% de todas as neoplasias malignas do esôfago. O impacto do tipo histológico neuroendócrino no prognóstico e sobrevida do paciente é pouco debatido.
Objetivo
O objetivo desse estudo é de comparar as taxas de sobrevida de tumores neuroendócrinos primários comparados com adenocarcinoma e de carcinoma de células escamosas (CEC) de esôfago.
Método
Este é um estudo tipo Coorte retrospectiva com uso de dados do banco de dados do Surveillance, Epidemiology, and End Results Program (SEER). Foram inclusos dados de pacientes submetidos a esofagectomias entre 2000 e 2018. Sobrevida global e sobrevida específica de câncer foram avaliados pelas curvas de Kaplan-Meier e teste logrank. Modelos de regressão Cox proporcional foram utilizados para avaliar variáveis relacionadas a sobrevida global.
Resultados
Após critérios de elegibilidade, 66528 pacientes foram selecionados. O tempo médio de acompanhamento foi de 22,6 meses (SD 35,6). Adenocarcinoma foi o tipo predominante (62,4%), seguido de Carcinoma espinocelular (36%). Carcinoma de células gigantes (LCNEC), carcinoma de pequenas células (SCNEC), e carcinoma adenoneuroendócrino misto (MANEC) representam cada um menos de 1%. A análise de sobrevida global a longo prazo demonstrou que o adenocarcinoma esofágico apresenta melhor prognóstico que todos os outros tipos histológicos (valor-p para teste logrank < 0,001). Com adenocarcinoma como referência, o Risco Relativo (RR) foi 1,32 para Carcinoma de células gigantes (95% IC 1,2 a 1,45) e 1,37 para carcinoma de pequenas células (95% IC 1,23 a 1,53). O RR foi 1,22 para carcinoma espinocelular (95% IC: 1,2 a 1,24); e 1,3 para carcinoma adenoneuroendócrino misto (95% IC 1,01 a 1,66). Para análise de regressão Cox multivariada, com exceção de idade e estadio, os subtipos neuroendócrinos carcinoma de células gigantes e o carcinoma de pequenas células foram considerados variáveis de prognóstico independentes.
Conclusão
No esôfago, os carcinomas de células gigantes e os carcinomas de pequenas células apresentam piores taxas de sobrevida a longo prazo do que carcinoma espinocelular e adenocarcinoma.
Palavras-chave
tumor neuroendócrino; carcinoma neuroendócrino; neoplasia de esôfago
Área
Trato gastrointestinal alto
Autores
STEFANIE SOPHIE BUUCK MARQUES, ESAU FURINI FERREIRA BARROS, FERNANDA CAVALCANTI CABRAL HONORIO, JOÃO EMILIO LEMOS PINHEIRO FILHO, ALEXANDRE CRUZ HENRIQUES, JAQUES WAISBERG, ANDRE RONCON DIAS, FRANCISCO TUSTUMI