XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Dados do Trabalho


Título

DISFUNÇÃO SEXUAL NO PÓS-OPERTÓRIO DE CONIZAÇÃO: Uma coorte prospectiva em um Hospital Universitário do oeste de Santa Catarina.

Introdução

O câncer de colo uterino é o terceiro tumor maligno mais comum na população feminina e representa a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Apesar disso, é uma doença evitável por meio da detecção precoce de lesões pré-neoplásicas assintomáticas e sua erradicação.

Objetivo

Este estudo tem como objetivo observar a prevalência de disfunções sexuais no pós-operatório da cirurgia de conização, um dos principais métodos terapêuticos utilizados atualmente no tratamento das lesões precursoras do câncer de colo uterino. Entre os riscos do tratamento com a cirurgia de conização destacam-se as disfunções sexuais.

Método

O desenho do estudo é uma coorte prospectiva, em que todas as pacientes com vida sexual ativa submetidas ao procedimento de conização no serviço de oncologia em um Hospital Universitário do oeste de Santa Catarina, participaram da coleta de dados. A coleta e elaboração do estudo foi realizada no período de janeiro a setembro do ano de 2020, por meio do questionário Female Sexual Function Index (FSFI), através de uma entrevista pré-operatória com as participantes, na internação hospitalar e uma segunda entrevista, via contato telefônico, 90 dias após a realização da conização.

Resultados

A amostra total do estudo contou com 15 participantes (n = 15). Os representantes da população da amostra são mulheres em vida sexual ativa, com média de idade de 37,21 anos. Foi analisado primeiramente o escore FSFI total, o qual não apresentou diferença estatística entre antes e 90 dias após a cirurgia. Em relação ao escore desejo, houve uma correlação positiva forte, sendo indicativo que ocorreu uma tendência de aumento do escore após a cirurgia. Os escores de excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor não apresentaram diferenças significativas entre antes e depois da cirurgia. Podemos inferir ainda que já havia uma elevada prevalência de disfunção sexual nas mulheres acometidas por LIE AG (lesão intra-epitelial de alto grau), visto que mais de 70% da amostra estudada apresentava disfunção sexual previamente à cirurgia. Além disso, houve uma leve tendência a diminuir o escore total quanto maior for a idade da paciente submetida ao procedimento.

Conclusão

Em suma, a cirurgia não afetou significativamente os índices de função sexual das pacientes nessa amostra, mas houve uma tendência de aumento do escore de desejo no pós-operatório, dado interessante e que ainda não havia sido relatado na literatura científica disponível sobre o assunto.

Palavras-chave

Disfunção sexual. Conização. Lesão intraepitelial de alto grau.

Área

Oncoginecologia

Autores

TAILAN LUNARDI, OTÁVIO RIBEIRO MARTINS, ROGER POLO