Dados do Trabalho
Título
Condrossarcoma de baixo grau na região do metacarpo em paciente jovem e complicação pós excisão cirúrgica: um relato de caso.
Apresentação do caso
Paciente, feminina, 22 anos, foi submetida a cirurgia de excisão conservadora de massa tumoral na região distal do 5° metacarpo direito, após a confirmação do diagnóstico de Condrossarcoma de Baixo Grau. A suspeita foi em virtude da presença de massa dolorosa na mão, há mais de 1,5 anos com limitação dos movimentos da articulação metacarpofalangeana, e foi confirmada pela cintilografia óssea, RM e TC com contraste, além de análise histopatológica após a biópsia do tumor . A lesão foi retirada com margens seguras e foi enxertado cimento ósseo para reconstrução do fragmento perdido. Após 1 mês do procedimento, paciente retorna ao serviço médico devido à instabilidade dolorosa da articulação metacarpofalangeana, com subluxação visível ao RX. A RM demonstrou rompimento ligamentar do capuz posterior da articulação, e a paciente foi submetida a nova cirurgia para a reconstrução ligamentar. Paciente seguiu em pós-operatório sem mais complicações.
Discussão
Os tumores malignos da mão são extremamente raros, sendo o condrossarcoma o mais comum. A apresentação desse tumor produtor de cartilagem é mais comum em pacientes acima de 40 anos, e as localizações mais frequentes são o esqueleto axial, pelve e fêmur. O condrossarcoma de baixo grau é de difícil diagnóstico, pois pode ser confundido com encondromas, apresenta crescimento lento, progressivo e raramente sofre metástase. O tratamento convencional é a excisão cirúrgica ampla, visto que as taxas de reincidência são comuns, e há baixa resposta à radioterapia. No caso apresentado, o rompimento dos ligamentos ocorreu devido à dificuldade de aderência ligamentar no cimento ósseo e foi corrigido com a inserção de âncoras metálicas para melhor fixação.
Comentários Finais
O caso se torna relevante, visto que tumores da mão são extremamente raros, além de serem incomuns em pacientes jovens. Além disso, a abordagem terapêutica utilizada foi a excisão conservadora, ao invés da excisão local ampla. Toda a região distal do 5° metacarpo direito foi removida, sendo mantida apenas a superfície articular, a fim de conservar a viabilidade funcional da articulação metacarpofalangeana, reduzir as limitações de movimento e evitar a artrodese. Ainda que haja a possibilidade de reincidência do tumor, foram ponderados os riscos-benefícios e optou-se por preservar a articulação, a fim de proporcionar à jovem melhor escore funcional da mão nos próximos anos.
Palavras-chave
Condrossarcoma; Sarcoma; Metacarpo.
Área
Sarcomas / tumores ósseos
Autores
ALESSANDRA MARTINELLI COSTA