Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO - TUMOR DESMOIDE ESPORÁDICO DE ORIGEM COLÔNICA EM PACIENTE JOVEM
Apresentação do caso
Paciente M.A.F., 21 anos, sexo feminino, apresenta-se com queixa de pirose, refluxo e empachamento pós prandial, que não melhoram com sintomáticos. EDA evidenciou gastrite enantemarosa e esofagite erosiva grau A, além de ser observado abaulamento na parede da curvatura maior do estômago. Tomografia Computadorizada de abdome concluiu presença de massa volumosa em hipocôndrio e flanco esquerdo. Ressonância magnética constatou lesão expansiva mesentérica com deslocamento de estômago, cólon transverso e segmento jejuno-ileais, medindo 16 x 10 x 15,5 cm. Paciente encaminhada para laparotomia exploradora em Fevereiro de 2018, sendo identificado grande tumoração envolvendo cólon transverso e grande curvatura de estômago, optado por ressecção em monobloco, além de colectomia parcial e gastrectomia vertical. Anatomopatológico revelou lesão pesando 1.984,0g, com origem no cólon, constituída pela proliferação de células com núcleos fusiformes ou oblongos, com pleomorfismo, sem atipias evidentes ou figuras de mitose. No laudo imunohistoquímico revelou fibromatose abdominal, excluindo neoplasias de origem muscular, adiposa, neural, vascular ou GIST.
Discussão
Paciente não possui história pessoal ou familiar de polipose adenomatosa familiar, fazendo do tumor um tumor desmóide de aparecimento esporádico, caso raro na literatura, com menos de 100 casos relatados, especialmente de origem colônica, sendo encontrado apenas um caso semelhante em nossa revisão literária. O principal diagnóstico diferencial dos tumores desmóides é o GIST, e muitas vezes sua exclusão só é feita pela histologia, como no caso. É um tumor com baixo potencial metastático, mas alto poder infiltrativo, o tratamento cirúrgico deve ser realizado quando há possibilidade de ressecção, e quando há invasão de órgãos vitais sem possibilidade de ressecção pode ou não incluir tratamento sistêmico.
Comentários Finais
A cirurgia foi escolhida pelo fato de a paciente estar sintomática e ser uma paciente jovem, e doença ressecável aos exames de imagem e ao inventário da cavidade abdominal. Com taxa de recorrência de cerca de 40%, a paciente encontra-se em acompanhamento com exames clínico e de imagem periodicamente, sem outras lesões até o momento.
Palavras-chave
tumor desmoide, fibromatose abdominal
Área
Tumores colorretais e canal anal
Autores
MARIANA ALVARENGA FREIRE, RAFAEL BARBOSA DE SANTIS, CAROLINA GENTIL MORAIS, DJALMA MARIANO VILELA, LORENA ARAÚJO MIRANDA, LUAN KAUE PEREIRA MARIOLA, MARIA LUIZA PATRÃO DIAS DOS SANTOS, SARAH FERREIRA LOPES, SOFIA CUNHA MAFRA