XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA EPIDERMOIDE MODERADAMENTE DIFERENCIADO DE ESÔFAGO DISTAL METASTÁTICO PARA PLEURA PARIETAL E BÍCEPS ESQUERDO: RELATO DE CASO

Apresentação do caso

Paciente masculino, 61 anos, com histórico de tabagismo e etilismo, inicia com disfagia para líquidos e perda ponderal. Realizada endoscopia digestiva alta com biópsia a qual demonstrou presença de lesão ulcerada e estenosante em esôfago distal, com anatomopatológico confirmando carcinoma epidermoide moderadamente diferenciado de esôfago. Estadiamento clínico IIIA, e TNM de cT3cN1M0. Indicada terapia neoadjuvante e ressecção cirúrgica. Houve resposta clínica à neoadjuvância, com estabilização da perda de peso e redução da disfagia. Após finalização do tratamento neoadjuvante, paciente perde perfomance status para esofagectomia devido ao agravo da disfagia. Equipe assistente opta por conclusão do tratamento com quimioterapia e radioterapia definitivas e paliação de sintomas com confecção de jejunostomia. Um ano após a finalização da abordagem, em consulta de seguimento, constatou-se progressão da doença através de tomografia de tórax com adenomegalia mediastinal; bem como sintomática, com piora da disfagia com consequente perda ponderal. Iniciada quimioterapia paliativa, a qual obtece estabilização da doença até iniciar com dor e abaulamento em membro superior esquerdo. O anatomo-patológico e a imuno-histoquímica da biópsia do bíceps evidenciaram tratar-se de metástase de carcinoma epidermóide. Durante a retomada do tratamento paliativo quimioterápico, exames de seguimento suspeitaram de lesões pleurais e biópsias confirmaram progressão metastática para pleura parietal. Definidos cuidados paliativos para doença esofágica em franca progressão, por queda progressiva de perfomance status.

Discussão

O paciente do caso apresentou como primeiro sintoma disfagia para sólidos e emagrecimento, os quais são descritos como sintomas obstrutivos frequente nas neoplasias de esôfago. A maioria das metástases de câncer esofágico ocorrem para gânglios linfáticos, além de pulmões e fígado; porém, nesse caso, ocorreu em musculatura estriada do bíceps esquerdo.

Comentários Finais

Nosso caso demonstra a variabilidade de apresentações, mesmo que raras, para a progressão das neoplasias esofágicas através de implante em musculatura esquelética, servindo como ferramenta para a formação de hipóteses diagnósticas das equipes que também assistem pacientes similares.

Área

Trato gastrointestinal alto

Autores

FERNANDO DE MARCO DOS SANTOS, RAFAEL FONTANA, GUILHERME FEDRIZZI, MARCELO MACHADO, CAROLINA MATTÉ DAGOSTINI, MURILLO CESAR GIONEDIS