Dados do Trabalho
Título
CARCINOMA EPIDERMOIDE MODERADAMENTE DIFERENCIADO DE ESÔFAGO DISTAL METASTÁTICO PARA PLEURA PARIETAL E BÍCEPS ESQUERDO: RELATO DE CASO
Apresentação do caso
Paciente masculino, 61 anos, com histórico de tabagismo e etilismo, inicia com disfagia para líquidos e perda ponderal. Realizada endoscopia digestiva alta com biópsia a qual demonstrou presença de lesão ulcerada e estenosante em esôfago distal, com anatomopatológico confirmando carcinoma epidermoide moderadamente diferenciado de esôfago. Estadiamento clínico IIIA, e TNM de cT3cN1M0. Indicada terapia neoadjuvante e ressecção cirúrgica. Houve resposta clínica à neoadjuvância, com estabilização da perda de peso e redução da disfagia. Após finalização do tratamento neoadjuvante, paciente perde perfomance status para esofagectomia devido ao agravo da disfagia. Equipe assistente opta por conclusão do tratamento com quimioterapia e radioterapia definitivas e paliação de sintomas com confecção de jejunostomia. Um ano após a finalização da abordagem, em consulta de seguimento, constatou-se progressão da doença através de tomografia de tórax com adenomegalia mediastinal; bem como sintomática, com piora da disfagia com consequente perda ponderal. Iniciada quimioterapia paliativa, a qual obtece estabilização da doença até iniciar com dor e abaulamento em membro superior esquerdo. O anatomo-patológico e a imuno-histoquímica da biópsia do bíceps evidenciaram tratar-se de metástase de carcinoma epidermóide. Durante a retomada do tratamento paliativo quimioterápico, exames de seguimento suspeitaram de lesões pleurais e biópsias confirmaram progressão metastática para pleura parietal. Definidos cuidados paliativos para doença esofágica em franca progressão, por queda progressiva de perfomance status.
Discussão
O paciente do caso apresentou como primeiro sintoma disfagia para sólidos e emagrecimento, os quais são descritos como sintomas obstrutivos frequente nas neoplasias de esôfago. A maioria das metástases de câncer esofágico ocorrem para gânglios linfáticos, além de pulmões e fígado; porém, nesse caso, ocorreu em musculatura estriada do bíceps esquerdo.
Comentários Finais
Nosso caso demonstra a variabilidade de apresentações, mesmo que raras, para a progressão das neoplasias esofágicas através de implante em musculatura esquelética, servindo como ferramenta para a formação de hipóteses diagnósticas das equipes que também assistem pacientes similares.
Palavras-chave
Área
Trato gastrointestinal alto
Autores
FERNANDO DE MARCO DOS SANTOS, RAFAEL FONTANA, GUILHERME FEDRIZZI, MARCELO MACHADO, CAROLINA MATTÉ DAGOSTINI, MURILLO CESAR GIONEDIS