Dados do Trabalho
Título
PANORAMA DOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS ONCOLÓGICOS NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2019 E 2020
Introdução
A cirurgia oncológica é uma possibilidade de tratamento disponível para o câncer, sendo indicado para remover o tumor por completo e considerado um dos tripés no manejo da doença, juntamente com a quimioterapia e a radioterapia. A cirurgia é empregada nos casos em que, através da ressecção, poderemos atingir a cura do paciente, como em carcinomas colorretais, adenocarcinomas de vesícula biliar e de pâncreas, onde a cirurgia é o único tratamento disponível que pode vir a curar o paciente.
Objetivo
Este trabalho tem como objetivo analisar o número de cirurgias realizadas no Brasil, entre os anos de 2019 e 2020, tendo em relação a pandemia de SARS-CoV-2.
Método
Estudo epidemiológico transversal descritivo a partir de dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020.
Resultados
Em relação ao número de procedimentos cirúrgicos relacionados a oncologia, ocorreu uma queda de 19,7% em relação a 2019, sendo só na região Sudeste uma diminuição de 12 821 procedimentos (18,3%), enquanto que na região Nordeste ocorreu uma queda de 25,5%. No segundo trimestre de 2020, após as medidas de isolamento social serem implementadas e as cirurgias eletivas suspensas, ocorreu a maior diminuição nos procedimentos, cerca de 21,2%. No período analisado, foram registradas 1.642.481 internações por neoplasias malignas, sendo que em comparação com o ano de 2019, houve uma queda de 13,9% no número de internações em 2020, possivelmente em decorrência da pandemia, que ocasionou em um menor número de diagnósticos de neoplasias e em um menor número de internações. As quedas mais significativas ocorreram entre os meses de abril e agosto de 2020, com uma queda de 23,6% em relação com o mesmo período de 2019. Em contrapartida, percebe-se que no primeiro trimestre de 2020, antes das medidas de isolamento serem implementadas, os números de internações tiveram um ligeiro aumento em relação ao ano anterior, de cerca de 2,8%. O Centro-Oeste foi a região com menor queda no número de internações, 6,1%, enquanto a região nordeste a maior queda, de 17,3%.
Conclusão
Podemos concluir que a pandemia afetou significativamente a vida dos pacientes oncológicos brasileiros. A superlotação dos sistemas de saúde, associado ao receio da população por procurar um atendimento médico, fez com que muitos pacientes ficassem sem atendimento adequado e segmento de seus tratamentos oncológicos.
Palavras-chave
pandemia, internações oncológicas
Área
Outros e Miscelânia
Autores
LAURA PSCHICHHOLZ