XV Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Dados do Trabalho


Título

Índice Albumina-bilirrubina (ALBI) associa-se com sobrevida após gastrectomia por câncer gástrico

Introdução

Sabe-se que pacientes com mesmo estádio clínico e patológico de determinadas neoplasias podem apresentar prognósticos distintos. Estima-se, portanto, que outras variáveis não aplicadas rotineiramente poderiam influenciar no desfecho clínico.

O índice Albumina-bilirrubina (ALBI), inicialmente utilizado em pacientes com heppatocarcinoma, baseia-se no racional que a hipoalbuminemia reflete desnutricão e a hiperbilirrubinemia, disfunção hepática.

Objetivo

- estabelecer se o ALBI é fator pognóstico em pacientes com câncer gástrico submetidos à gastrectomia;

- correlacionar o ALBI com características clínico-patológicas dos pacientes.

Método

O índice ALBI foi calculado pela fórmula (log10 bilirubin x 0.66) + (albumin x -0.085). Seu valor de corte foi estabelecido pela curva ROC, com obtenção de 2 grupos de pacientes de acordo com a relação com o valor de corte: abaixo e a cima do valor de corte (B-ALBI e A-ALBI, respectivamente).

A comparação das variáveis clinicopatológicas categóricas e contínuas foi realizada pelo teste de chi-quadrado e t de student, respectivamente. A sobrevida foi avaliada pela curva de Kaplan-Meier e a comparação entre as curvas realizada pelo teste de log-rank. A análise multivariada foi realizada pela regressão de COX, sendo incluídas somente variáveis com p<0,1 na análise univariada. O nível de significância aplicado para todos os testes foi de 5%, considerando hipótese alternativa bi-caudal.

Resultados

Foram incluídos 314 pacientes (media de idade 63,5 / 63,4% sexo masculino). O valor de corte de ALBI foi de -2,75, sendo 64,3% pertecentes ao grupo B-ALBI. O ALBI médio foi de -2,82 (±0,48), varinado de -4,63 até 0,88.

O grupo A-ALBI caracterizou-se por idade mais avançada (p=0,002), sexo masculino (p=0,031), maior ASA (p=0,01), e menor hemoglobina pré-operatória (p<0,001). Também neste grupo, tumores foram mais avançados e ocorreu maior frequência de acometimento linfonodal (p=0,005 e p=0,021, respectivamente).

O tempo de seguimento médio foi de 46,9 meses (1-121,4). Neste período ocrreram 77 recidivas e 142 óbitos. A sobrevida livre de doença e global foram de 74,6% e 53,2%, respectivamente. A-ALBI apresentou pior sobrevida global e livre de doença quando comparada ao B-ALBI (p<0,001 e p=0,026, respectivamente).

Conclusão

Um alto valor de ALBI é fator independente de pior prognóstico em pacientes com câncer gástrico submetidos à gastrectomia curativa.
Este índice prermite a estratificação de risco em paciente com mesmo estádio de doença.

Área

Trato gastrointestinal alto

Autores

DANIEL JOSÉ SZOR, ANDRÉ RONCON DIAS, MARINA ALESSANDRA PEREIRA, MARCUS FERNANDO KODAMA PERTILLE RAMOS, BRUNO ZILBERSTEIN, ULYSSES RIBEIRO JUNIOR, SERGIO CARLOS NAHAS