Dados do Trabalho

Título

O CONSUMO DE FARINHA DE MANDIOCA COMO FATOR PROTETOR DE EPIGASTRALGIA EM UMA AMOSTRA DE POPULAÇÃO AMAZÔNICA

Introdução

A hipercloridria é um reconhecido fator associado à epigastralgia. O excesso na acidez estomacal está de algum modo relacionado com uma maior atividade dos trocadores H+/K+ contidos nas membranas das células parietais do estômago, os quais extraem K+ do lúmen estomacal, e bombeiam H+ para este lúmen, acidificando-o.

Objetivo

Investigar uma possível associação protetiva do consumo de farinha de mandioca em relação a manifestação clínica de epigastralgia. Como esta farinha é rica em K+, levanta-se a possibilidade de um efeito de massa inibir o bombeamento de H+ para o lúmen estomacal.

Método

Nesse estudo transversal, foram coletados dados de 54 pacientes atendidos no Ambulatório de Hepatologia e Gastroenterologia do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA). Foi realizada análise dos dados no programa de computação estatística R (www.r-project.org), calculando-se a razão de prevalência (RP, ± intervalo de confiança de 95% [ICI95% ]), além da análise de proporções usando o teste F test (alfa = 0,05).

Resultados

Os pacientes consumidores de farinha de mandioca mostraram-se menos propensos a apresentar a epigastralgia como sintoma clínico (PR = 0,1103 [IC95%: 0,008-0,804], p = 0.0466).

Conclusão

Concluímos que o consumo de farinha de mandioca pode ter um efeito protetivo sobre a hipercloridria, com base nos resultados observados e na possibilidade de um possível efeito de massa por elevados níveis de K+ inibir um bombeamento exarcerbado de H+ durante o período prandial. Entretanto, novas investigações precisam ser realizadas para um melhor esclarecimento desse achado.

Palavras-Chave

Dor abdominal, epigastralgia, farinha, Amazônia, gastroenterologia.