XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tratamento de fístula bariátrica crônica complicada por tratamento endoscópico prévio

Resumo

Relato de caso
Paciente 38 anos, sexo feminino, 10 meses pós cirurgia bariátrica - sleeve gástrico, chega ao serviço para tratamento de fístula gástrica após falha em primeira tentativa de tratamento endoscópico com prótese esofagiana. Segundo informações colhidas, paciente evoluiu no pós-operatório com quadro de febre e dor em ombro esquerdo, os exames evidenciavam sinais infecciosos e, na tomografia de abdome, era observada presença de pneumoperitônio. Foi realizada colocação de prótese esofagiana, parcialmente recoberta. Após retirada da prótese, paciente mantinha queixa de dor e parâmetros infecciosos elevados, neste momento a mesma é encaminhada ao serviço. Em nova EDA foi possível avaliar área de fibrose (estenose) devido prótese previamente colocada e a manutenção da fístula.
Foi optado pela colocação de pigtail e dilatação da área estenosada. Paciente cursa com boa resposta imediata, sem queixas de dor e melhora dos parâmetros infecciosos. No entanto, 21 dias depois do procedimento, apresenta novo episódio de dor, quando então, é diagnosticada com infecção por Covid-19. Nova tomografia abdominal evidencia drenagem de contraste oral para cólon esquerdo, realizada colonoscopia que visualiza nova fístula aguda, criada pelo dispositivo. Foi aventada a possibilidade do fato ocorrido estar associado ao status inflamatório decorrente da infecção viral.
Retirado pigtail e interposto dreno nasobiliar intracavitário acoplado à sistema de vácuo à 150mmHg, em fluxo contínuo, em média intensidade, durante 60 dias. Apesar de não ter conseguido fechar por completo o orifício fistuloso, foi possível bloquear o fluxo e, para oclusão total foi utilizado um ‘over the scope clip’.
Discussão
Com o aumento expressivo da utilização da cirurgia bariátrica faz-se necessário o estudo também de suas complicações. Fístulas, estenoses, sangramento e refluxo gastroesofágico são as complicações mais prevalentes observadas.
A fístula pós-operatória representa uma grave complicação, de difícil diagnóstico e seu tratamento é complexo. O tratamento endoscópico representa uma opção ao tratamento operatório, tendo como base a utilização da prótese autoexpansível, devemos, no entanto, estar preparados para suas falhas e possíveis complicações.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

TAMIRES SOARES HOFFMANN, NEWTON TEIXEIRA, LUCAS SOARES MADEIRA, MAILSON DA CRUZ MELO