XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Manejo endoscópico e cirúrgico de estenose de coledocoduodenoanastomose, associada a recidiva de coledocolitíase

Apresentação do Caso

Paciente do sexo feminino, 60 anos, com história de múltiplas manipulações de via biliar, por CPRE, colecistectomia com colangiografia e por último coledocoduodenoanastomose há 01 ano, admitida com sinais de colangite. Tentada nova abordagem endoscópica, com achado de fístula bileodigestiva associada a estenose de colédoco médio. Conseguida passagem de prótese, porém sem sucesso em dilatação, sendo optado por nova abordagem cirúrgica. Achado de fistula colédoco-duodenal com estenose de via biliar e coledocolitíase, sendo tratada por Hepaticojejunostomia em Y de Roux, sem intercorrências.

Discussão

As complicações pós-operatórias precoces mais comuns da coledocoduodenoanastomose são infecção, sangramento e vazamento de conteúdo biliar. Já a complicação tardia mais relatada é a estenose do colédoco, que pode ser devido à cicatriz cirúrgica ou uma anastomose estreita, com uma taxa que varia de 10 a 30%, o que torna esses pacientes suscetíveis à coledocolitíase e colangite. O tempo entre o procedimento cirúrgico e o início dos sintomas é variável, podendo ocorrer até vários anos após a coledocoduodenostomia. Nesses casos, há indicação de intervenção endoscópica ou transparietal para colocação de endopróteses na anastomose. As fístulas biliares internas do tipo coledocoduodenal são complicações raras, sendo responsáveis por 2 a 5% de todas as fístulas bilioentéricas. Quanto ao fator causal, podem ser espontâneas, iatrogênicas, pós-intervenção cirúrgica ou trauma.

Comentários finais

A anastomose direta do colédoco com o duodeno, não é a técnica de escolha em reconstrução do trato biliar, pois pode acarretar complicações como colangite de refluxo devido à inflamação no duodeno. Portanto, para minimizar o risco de estenose da anastomose, sugere-se que essa técnica seja utilizada apenas quando a via biliar apresentar mais de 2 cm de diâmetro. Para a correção da anastomose prévia, na qual não é possível através da colocação de stent, o tratamento cirúrgico definitivo é uma nova reconstrução biliodigestiva em Y de Roux.

Palavras-Chave

Coledocolitiase; Vias biliares; Bileodigestiva;

Área

Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada

Autores

José Arthur Dantas Balduíno, Jessé Clementino de Araújo Filho, Victor Emanoel Gregorio de Andrade, João Antonio Ayres da Motta Teodoro, Ana Lívia Dantas Balduíno Silva, Giovanna de Fátima Silva Cavalcanti de Andrade, Ítalo de Moura Sousa, Vinícius José Nascimento, Diego Fabrício Ribeiro, Cíntia Tainá Porfiro Mota, Marina Cesarino de Sousa Machado, Bruno Menezes Costa