XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HEPATITE AUTOIMUNE: UM RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Jovem de 17 anos, previamente assintomática, submetida à avaliação hospitalar após choque elétrico em domicílio. Exames complementares evidenciaram elevação de transaminases em 12 vezes, achados sugestivos de hepatopatia crônica e hipertensão portal em ecografia de abdome. Submetida à EDA, presença de varizes gastroesofágicas. Iniciada investigação etiológica: sorologias virais negativas e ausência de consumo etílico. Identificados os marcadores autoimunes: FAN 1:320, Anti-Asma 1:80 e pico policlonal em gamaglobulinas. Achados histológicos: hepatite crônica com atividade acentuada, infiltrado linfoplasmocitário, rosetas hepatocitárias e proliferação ductular. Em sistema de escore para o diagnóstico de Hepatite Auto-Imune (HAI), a paciente apresentou 17 pontos, sugerindo diagnóstico definitivo pré-tratamento. Fora iniciado tratamento com Prednisona e Azatioprina, além de manejo da hepatopatia crônica.

Discussão

A HAI é uma doença hepática que pode ocorrer em qualquer idade, porém apresenta dois picos de incidência (segunda e quinta décadas de vida) e predomina em mulheres. Sua fisiopatologia não é totalmente compreendida, porém se relaciona à suscetibilidade genética associada a gatilhos ambientais. Pode apresentar-se como uma doença aguda, crônica ou ter padrão flutuante. O quadro clínico varia de pacientes assintomáticos até insuficiência hepática aguda.
O diagnóstico baseia-se na elevação de transaminases, imunoglobulina G, presença de autoanticorpos característicos e histologia com padrão de infiltrado linfocitário, hepatite de interface, rosetas hepatocitárias infiltrado de células plasmáticas. Existem dois subtipos. O Tipo 1 predomina em adultos e adolescentes e se caracteriza por anticorpos antinuclear, antimúsculo liso e antimitocôndria. O tipo 2 é definido pela presença de anti-LKM1 e ALC-1. Ocorre em crianças e mulheres jovens. O tratamento de ambos consiste no uso de Prednisona em monoterapia ou em combinação com Azatioprina.

Comentários finais

A HAI apesar da baixa prevalência na população, tem repercussão clínica importante e evolução para hepatopatia crônica caso não seja tratada. O reconhecimento e tratamento adequado é de suma importância para reduzir complicações e melhorar a expectativa de vida.

Palavras-Chave

Hepatite Autoimune, Hepatopatia Crônica

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Gabriela de Moura Hining, Andreza Gauterio Cavalcanti, Patrícia Paraboni Bersaghi, Carla Bortolin Fonseca, Fernando Sehbe Fichtner, Renata Sehbe Fedrizzi, Andressa Rafaela de Moura Hining